Introdução: O treinamento aeróbico é benéfico na reabilitação cardiovascular. No entanto, os efeitos do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) na remodelação cardíaca e músculo esquelético após infarto do miocárdio (IM) não são totalmente compreendidos. Objetivo: Avaliar os efeitos do HIIT na capacidade funcional e remodelação cardíaca em ratos infartados, e analisar marcadores de estresse oxidativo, atividade de enzimas do metabolismo energético e trofismo no músculo sóleo. Métodos: Três meses após indução de IM, ratos Wistar machos foram divididos nos grupos Sham (n=20), IM (n=9) e IM-HIIT (n=9). O grupo IM-HIIT foi treinado três vezes por semana durante três meses em esteira. A capacidade funcional máxima foi avaliada pelo teste de tolerância ao exercício, realizado antes, após 45 dias e ao final do protocolo. As sessões de treinamento foram de 3 min a 60% da capacidade funcional máxima, intercalado com 4 min a 85%. A sequência foi repetida sete vezes, totalizando 49 min por sessão. Avaliação cardíaca foi realizada por ecocardiografia antes do treinamento e ao final do estudo. Marcadores de estresse oxidativo e do metabolismo energético foram analisados por espectrofotometria e o trofismo muscular por morfometria em lâminas histológicas. Análise estatística: ANOVA e Tukey ou Kruskal-Wallis e Dunn. Resultados: O HIIT foi seguro. Ao final do protocolo, a capacidade funcional foi maior no IM-HIIT que nos grupos Sham e IM (Figura). IM-HIIT e IM apresentaram dilatação e hipertrofia do ventrículo esquerdo (VE) com disfunção sistólica antes do exercício. No final do estudo, IM-HIIT e MI mantiveram o padrão de remodelação cardíaca e disfunção sistólica, que não foram alterados pelo exercício (Tabela). O tamanho do IM e a área transversal das fibras do músculo sóleo não diferiram entre os grupos. A atividade da catalase foi menor no IM e IM-HIIT que no Sham. O IM-HIIT teve maior atividade da piruvato quinase, citrato sintase e carnitina palmitoiltransferase 1 que os grupos MI e Sham (Tabela). As atividades da superóxido dismutase e da glutationa peroxidase e a concentração de hidroperóxido de lipídeo não diferiram entre os grupos. Conclusão: O treinamento intervalado de alta intensidade melhora a capacidade funcional, independentemente de alterações na remodelação cardíaca e na função ventricular esquerda de ratos infartados. A melhora na capacidade física é acompanhada por aumento da atividade de enzimas envolvidas no metabolismo energético do músculo sóleo.