Introdução: A transição do cuidado da internação para o ambiente domiciliar é um momento crítico no processo de recuperação de pacientes que sofreram um Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). A falta de orientações de alta compromete a adesão ao tratamento e aumenta o risco de readmissões hospitalares. Neste contexto, o farmacêutico clínico desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade do cuidado, sendo responsável por fornecer informações sobre medicamentos, reforçar o entendimento e adesão as terapias prescritas, bem como minimizar erros relacionados ao uso de medicamentos. Faz-se necessário estruturar uma análise de dados e de fluxo de trabalho para otimizar a execução desta atividade. Metodologia: O projeto foi conduzido em um hospital de alta complexidade utilizando o método de melhorias contínuas de processo. As etapas incluíram, respectivamente: 1) Alocação de um farmacêutico clínico especialista em cardiologia em unidade com alto fluxo de alta de pacientes pós IAM (melhoria no cuidado); 2) Monitoramento mensal das taxas de orientações conforme a meta estipulada, com feedback e ajustes baseados nos dados coletados; 3) Identificação e análise do fluxo dos pacientes que não receberam orientação de alta pelo farmacêutico; 4) Revisão e padronização do material informativo fornecido ao paciente (cartilhas e materiais de ativação); 5) Treinamento da equipe de farmacêuticos em técnicas de comunicação e práticas baseadas em evidências para orientação de pacientes; Resultados: Após a implementação do processo de melhoria contínua, a taxa de pacientes orientados na alta aumentou de 24,7% (n = 23) em 2023 para 61,1% (n = 44) em 2024. Os farmacêuticos demonstraram-se mais seguros e engajados para realizar orientações posteriormente aos treinamentos. Além disso, os pacientes relataram maior clareza nas instruções de uso de medicamentos e maior compreensão sobre a importância da adesão. Conclusão: A adoção de melhorias contínuas no processo de orientação de alta farmacêutica mostrou-se eficaz para aumentar o alcance e a qualidade das orientações, promovendo benefícios clínicos significativos para pacientes pós-infarto. Este estudo reforça a importância do papel do farmacêutico na transição do cuidado e na promoção da segurança do paciente.
