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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Fragilidade cognitiva e impacto na sobrevida de pacientes em fila de transplante cardíaco

France Matos de Oliveira, Erika Tiemi Ikeda, Juliana Araújo Nascimento, Luis Fernando Bernal da Costa Seguro, Mônica Samuel Avila, Iascara Wozniak de Campos, Fábio Antônio Gaiotto, Fernando Bacal, Sandrigo Mangini, Fabiana Goulart Marcondes Braga
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A fragilidade física está associada a desfechos clínicos desfavoráveis em diversas doenças, incluindo as condições cardiovasculares. A inserção de aspectos cognitivos nos critérios de avaliação da fragilidade é relevante e há poucos estudos acerca do seu desdobramento no transplante. Objetivo: Avaliar a prevalência de fragilidade cognitiva e seu impacto na mortalidade em um ano de pacientes incluídos em fila de transplante cardíacoMétodos: Pacientes recém listados para o transplante no InCor FMUSP foram convidados a participar do estudo e tiveram suas medidas de fragilidade física e cognitiva coletadas. Para avaliação da fragilidade física, utilizou-se os critérios de Fried (perda de peso não intencional, exaustão, fraqueza muscular, baixa atividade física e diminuição da velocidade da marcha). Para a fragilidade cognitiva, utilizou-se duas métricas de cognição, a escala de rastreio MoCA e o teste neuropsicológico WASI. O escore entre a somatória dos 5 pontos elegíveis da fragilidade física e 1 ponto da medida da cognição, define a presença de fragilidade cognitiva. Os pacientes foram seguidos por um ano para avaliar o desfecho primário de óbito censurado pelo transplante. Curvas de Kaplan Meier foram construídas para avaliar a incidência cumulativa de óbito no período. Resultados: 150 pacientes, 70% do sexo masculino, 67% negros/pardos, 49,8 (± 10,4) anos, 8,9 (± 4,8) anos de escolaridade. A maioria (35%) de etiologia chagásica, em classificação INTERMACS III (61%) e uso de droga vasoativa (88%). A prevalência da fragilidade física foi 78% contrastando com 88% de fragilidade cognitiva mensurada por MoCA e 86% por WASI. Ao longo de um ano, 101 (67%) pacientes foram submetidos ao transplante cardíaco. Dentre aqueles que não transplantaram, 42(28%) morreram em fila e 7(4%) permaneceram vivos em fila. A incidência cumulativa de óbito censurado pelo transplante foi significativamente maior no grupo de pacientes que apresentavam fragilidade cognitiva de acordo com o WASI (p=0,02), (Figura 1), o mesmo não se confirmou quando o teste de rastreio MoCA(p=0,05) foi utilizado na avaliação da cognição (Figura 2). A avaliação da fragilidade cognitiva utilizando WASI, teste mais complexo em comparação ao MoCA, denotou diferença significativa entre os pacientes frágeis em relação a maior incidência de óbito censurado pelo transplante. Esses resultados sugerem que uma ferramenta mais robusta de avalição da fragilidade cognitiva pode auxiliar na diferenciação entre pacientes com maior risco de óbito quando em fila de transplante cardíaco.

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