Introdução: A interrupção nas reações bioquímicas desencadeadas pelo desequilíbrio redox, em condições de obesidade, prejudica diretamente o coração favorecendo o remodelamento cardíaco. Produtos gerados nessas condições, oriundos da peroxidação de lipídica e oxidação proteica, promovem a carbonilação de proteínas. Esses produtos comprometem a ação mitocondrial, o ciclo celular, inativa proteínas e desencadeia a inflamação. Objetivo: Associar os produtos do desequilíbrio redox com parâmetros ecocardiográficos de ratos obesos com remodelação cardíaca. Métodos: Ratos Wistar foram distribuídos em dois grupos (n=10) para receberem dieta controle e dieta rica em açúcar e gordura, por 30 semanas. No fim do experimento, foi realizado o ecocardiograma e, em seguida, a eutanásia. Os depósitos de gordura foram coletados para o cálculo do índice de adiposidade e o coração para aferição dos níveis de malondialdeído, 4-hidroxinonenal, oxidação avançada de produtos proteicos (AOPP) e carbonilação de proteínas. (CEUA: 1393/2021). Análise estatística: Os dados foram analisados pelo teste t de Student para comparação entre grupos e as correlações entre o estresse oxidativo cardíaco e os parâmetros ecocardiográficos foram avaliadas por regressão linear. Resultados: Os animais que receberam dieta rica em açúcar e gordura tornaram-se obesos e apresentaram remodelamento cardíaco, confirmados pelo maior índice de adiposidade (p<0,01) e alterações nos parâmetros ecocardiográficos (Tabela 1). Os animais Obesos apresentaram maiores níveis cardíacos de malondialdeído, 4-hidroxinonenal, AOPP e carbonilação de proteínas em relação ao Controle (p<0, 001). A análise de correlação mostrou que a carbonilação de proteínas foi o marcador mais associado ao remodelamento cardíaco, apresentando correlação positiva significativa com EDPP (r=0.719, p<0.001), EDSIV (r=0.676, p=0.001) e E/E' (r=0.731, p<0.001), e correlação negativa com fração de ejeção (r=-0.797, p<0.001) e % de encurtamento endocárdico (r=-0.783, p<0.001). O malondialdeído também apresentou associações significativas, embora menos pronunciadas. AOPP e 4-hidroxinonenal não mostraram correlações relevantes com os parâmetros ecocardiográficos. Conclusão: A carbonilação de proteínas é o marcador do desequilíbrio RedOx que mais se correlaciona ao remodelamento cardíaco na obesidade experimental.