Introdução: Foi delineado um grupo terapêutico breve com pacientes obesos (GBO) em um hospital terciário de cardiologia. Objetivos: Avaliar a eficácia do GBO enquanto tratamento psicológico comparado a um grupo controle (GC) na redução de peso, IMC e comportamento da pressão arterial e perfil metabólico em pacientes portadores de obesidade e cardiopatias. Avaliar a eficácia do GBO quanto à aprendizagem e melhoria de repertórios e recursos para o enfrentamento de situações cotidianas estressantes relacionadas à obesidade. Verificar as mudanças dos comportamentos provocadores de sofrimento emocional e alívio do sofrimento a partir da percepção dos pacientes participantes. Método: Ensaio clínico longitudinal, quantitativo e qualitativo. Os dados clínicos (peso, IMC, pressão arterial, glicemia, colesterol total e frações, triglicérides) foram coletados pelo prontuário eletrônico, submetidos ao teste T-Student, tanto para grupo controle quanto grupo experimental. As variáveis quantitativas (dados clínicos e estratégias de enfrentamento) analisadas a partir do cálculo de médias e desvio-padrão. As variáveis qualitativas (comportamentos provocadores de sofrimento emocional, reações emocionais) foram analisadas através da análise de conteúdo temática e submetidas ao teste de Wilcoxon. Resultados: A população é de 38 pacientes; sendo 19 para cada grupo. Após o período de terapia do grupo GBO houve redução significativa (p< 0.05) do IMC e do peso e, também da pressão arterial sistólica dos pacientes acompanhados (Antes: 39±6 kg/m2 e depois 34±7 kg/m2; Antes: 102±22 kg e depois 91±24 kg; Antes: 149±24 mmHg e depois 132±13 mmHg). Em relação ao GC, nota-se aumento significativo (p < 0.05) do IMC e do peso, e também da pressão arterial sistólica dos pacientes (Antes: 35±5 kg/m2 e depois 36±5 kg/m2; Antes: 91±27 kg e depois 93±21 kg; Antes: 161±28 mmHg e depois 171±31 mmHg). Houve também melhora no uso do coping ativo, reinterpretação positiva e autodistração e redução no uso de copings desadaptativos de autoculpabilização, negação e desinvestimento comportamental. Identificou-se redução de sentimentos negativos, aumento de sentimentos positivos e atenuação de vontade de comer. Conclusão: O GBO foi eficaz e trouxe benefícios clínicos, com reduções significativas do peso, IMC e pressão sistólica, além de melhora importante em vários aspectos psicológicos relacionados à obesidade. Portanto, deve ser considerado como proposta de tratamento psicológico para essa população.