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TRABALHOS APROVADOS > RESUMO

Adequação da dieta como fator protetor para doenças crônicas não transmissíveis entre descendentes alemães vivendo no Brasil.

Livia Alvarenga, Júlia G. de Souza, Rárica I.S.F.M. Vieira, Julia T.Y. Iorio, Ernani T. Santa Helena, Nágila R.T. Damasceno
Universidade de São Paulo - São Paulo - SP - Brasil, Universidade Regional de Blumenau - Blumenau - SC - Brasil

Introdução: A qualidade do padrão alimentar pode ser influenciada por fatores ambientais que interagem com características individuais, afetando desfechos de saúde. Este estudo teve como objetivo explorar a associação entre a qualidade da dieta e as doenças crônicas não transmissíveis em descendentes alemães no Brasil, considerando a preservação da cultura germânica. Métodos: Estudo com dados da linha de base da coorte SHIP-Brazil (n=1655). Foram realizadas entrevistas estruturadas sobre dados demográficos e preservação da cultura germânica. Foram analisados glicemia e perfil lipídico. O consumo alimentar foi avaliado por meio de questionário de frequência alimentar validado e as informações processadas com o programa Food Processor, versão 10.11. A comparação entre os grupos foi feita por teste t-student e Qui-quadrado; para as associações utilizou-se modelos de regressão linear e Logística, ajustado por sexo e idade. Resultados: Ao comparar os grupos com (n=1141) e sem (n=514) preservação da cultura germânica, os indivíduos que mantiveram a cultura apresentaram menor prevalência de diabetes mellitus (DM) (6,1% vs 16,6%; p<0,001) e dislipidemia (26,4% vs 45,5%; p<0,001), e maior prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) (38,7% vs 23,2%; p<0,001). Quanto ao consumo alimentar, os indivíduos que preservaram a cultura germânica apresentaram maior ingestão de carboidratos (485,3 ± 253,4 g vs 475,7 ± 245,5 g; p=0,019), fibras (40,6 ± 20,6 g vs 38,7 ± 19,0 g; p<0,001), gorduras saturadas (31,7 ± 17,0 g vs 30,5 ± 15,2 g; p=0,016) e ômega-3 (1,9 ± 1,1 g vs 1,8 ± 1,0 g; p=0,012). A adequação de ômega-3 foi associada a maior concentração de lipoproteína de alta densidade (HDL-c) (B=2,1, p<0,001), menor concentração de triglicerídeos (B=-5,8, p=0,016) e menor razão colesterol total/HDL-c (B=-0,118, p=0,030). A adequação de fibras foi associada a menores concentrações de triglicerídeos (B=-24,1, p<0,001), glicemia (B=11,8, p<0,001), razão triglicerídeos/HDL-c (B=-1,06, p<0,001), além de menores chances de HAS (OR=-0,151, p=0,006), DM (OR=-0,342, p<0,001) e dislipidemia (OR=-0,102, p=0,022). A adequação de gorduras saturadas foi associada a menor glicemia (B=-7,1, p<0,001) e menores chances de dislipidemia (OR=-0,347, p<0,001). Além disso, a adequação de gorduras totais da dieta diminuiu as chances de DM (OR=-0,489, p<0,001). Conclusão: A menor prevalência de DM e dislipidemia na preservação da cultura germânica foi associada a fatores dietéticos. Já a maior prevalência de HAS, apesar da relação inversa com fibras, sugere a influência de outros fatores.

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