Introdução: A alta hospitalar é uma fase crucial para a continuidade do cuidado domiciliar de pacientes com condições complexas. Na cardiologia, a educação alimentar e nutricional (EAN) desempenha papel no controle de comorbidades e na promoção de mudanças no estilo de vida, prevenindo complicações e reinternações. Objetivo: Relatar a experiência do projeto de orientação nutricional em grupo no período de altade pacientes cardiopatas. Métodos: O projeto foi realizado na Unidade de Cardiologia Geral (UCG) de um hospital terciário referência em São Paulo, através de rodas de conversa conduzidas por residentes e nutricionistas com apoio de enfermeiros. Os encontros quinzenais, de 60 minutos, envolveram pacientes internados e acompanhantes, selecionados conforme critérios clínicos. Os temas abordados sobre alimentação saudável foram discutidos embasados no Guia Alimentar para a População Brasileira e no material Desmistificando dúvidas sobre alimentação e nutrição. Ao final, os participantes receberam orientações individualizadas para o cuidado domiciliar. Resultados: A UCG atende pacientes com condições clínicas diversas, incluindo descompensação cardíaca, sendo necessária a colaboração entre as equipes de nutrição e enfermagem para selecionar os participantes. Os encontros estimularam o diálogo e o compartilhamento de experiências, favorecendo o entendimento e a adesão às orientações e criando um ambiente participativo e educativo. Observou-se maior confiança dos participantes em aplicar as recomendações, especialmente entre aqueles que participaram mais de uma vez, os quais chegavam a auxiliar os colegas nas discussões e tornaram-se facilitadores, evidenciando o impacto positivo da repetição e do formato interativo ao demonstrar compreensão significativa das informações. O material entregue, intitulado “Meu Dia Saudável,” complementou as orientações para favorecer a adesão domiciliar. Desafios incluíram mobilizar pacientes em condições clínicas delicadas, mas o apoio da equipe multiprofissional foi essencial para o sucesso do projeto. Como inovação, planeja-se desenvolver um jogo educativo dinâmico para tornar as orientações mais interativas, além de avaliar o perfil nutricional, clínico e a satisfação dos pacientes com essa nova abordagem. Conclusão: A roda de conversa foi uma estratégia eficaz para a EAN e qualidade de vida dos pacientes cardiopatas, destacando a integração multiprofissional e metodologias interativas. O desenvolvimento de um jogo educativo oferece uma oportunidade de inovação e engajamento no cuidado à saúde cardiovascular.