O treinamento físico aeróbico promove diversas adaptações ao sistema cardiovascular em diferentes condições de saúde. Esses benefícios parecem ser dose-dependentes. O treinamento aeróbico em alta intensidade (HIIT) necessita de maior compreensão sobre a dose-resposta adequada para promoção de adaptações cardiovasculares. Com isso, este estudo teve como objetivo comparar os efeitos cardiovasculares, autonômicos e metabólicos em modelo experimental de obesidade associada à privação hormonal ovariana em camundongas treinadas em diferentes intensidades e volumes. Foram utilizadas 40 camundongas C57BL/6J ovariectomizadas divididas em 5 grupos (n=8 por grupo): sedentárias com dieta normolipídica (OSN) e hiperlipídica (OSD), alimentadas com dieta hiperlipídica submetidas a treinamento físico aeróbio moderado (OTDM) ou intervalado de alta intensidade com volume igual ao treinamento aeróbio moderado (OTDA-L), ou intervalado de alta intensidade com volume reduzido em 50% (OTDA-B). A alimentação com a dieta hiperlipídica teve duração de 10 semanas. A ovariectomia foi realizada ao final da 4a semana. Glicemia de jejum e tolerância oral à glicose (OGTT) foram avaliadas ao final do estudo. O treinamento físico durou 4 semanas, com intensidade 50-60% para o grupo OTDM e 90% para os grupos OTDA-L e OTDA-B. Ao final do estudo, foi realizado ecocardiografia para análise da morfometria e função cardíaca. Por fim, os animais foram canulados para registro direto de pressão arterial, análise da sensibilidade barorreflexa e da modulação autonômica cardiovascular. O grupo OSD apresentou maior ganho de peso ao final do estudo comparado ao grupo OSN. O grupo OTDA-L apresentou menor glicemia basal e maior mobilização de glicose para os tecidos comparado aos grupos OSD, OTDM e OTDA-B. O diâmetro do ventrículo esquerdo foi menor no grupo OTDM comparado ao OSD. A massa do ventrículo esquerdo e o volume diastólico final foram menores nos grupos OSN, OTDM e OTDA-B comparado ao grupo OSD. A fração de ejeção e encurtamento foram maiores no grupo OTDA-B comparado ao OSD. A pressão arterial média foi menor no grupo OTDM comparado ao OSD, OTDA-B e OTDA-L. A sensibilidade barorreflexa para respostas bradicárdicas foi menor nos grupos OTDM e OTDA-B comparados ao OSD. O balanço simpatovagal foi maior no grupo OSD comparado aos grupos treinados. Com isso, os resultados desse estudo apresentam, de forma inédita, a necessidade de adequação da carga de treino para promoção de benefícios cardiovasculares através do HIIT.