Introdução: A parada cardiorrespiratória (PCR) corresponde à interrupção abrupta do funcionamento cardíaco e pulmonar, representando uma emergência cardiovascular. Os desfechos associados à PCR intra-hospitalar são expressivamente melhores em comparação com os casos de PCR extra-hospitalar. O atraso do reconhecimento da PCR por espectadores e a não realização da ressuscitação cardiopulmonar (RCP), são as principais causas para esse resultado desfavorável. Por isso, é essencial a execução, de modo sistematizado e baseado em evidências, do Suporte Básico de Vida (SBV), que organiza uma cadeia de sobrevivência com práticas iniciais necessárias para salvar vidas. Assim, treinamentos teóricos-práticos são os mais eficazes para aquisição de conhecimento de leigos sobre o SBV. Objetivo: Descrever a implementação de um treinamento simulado de ressuscitação cardiopulmonar à vítima de PCR para a população leiga. Métodos: Estudo descritivo, realizado junto aos funcionários da rodoviária de um município do interior do estado de São Paulo, considerados leigos na temática de RCP. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética local (CAAE: 84422824.3.0000.5404). Resultados: Participaram deste treinamento 80 funcionários, de ambos os sexos, divididos em 4 grupos de 20 pessoas por sessão, realizada em uma sala privativa, duração de 60 minutos, com instrutores experientes. Incialmente, um dos instrutores fez uma abordagem teórica (20 minutos) explicando as etapas do atendimento recomendadas pelas diretrizes. Após, os participantes foram distribuídos em três subgrupos de 8 a 10 sujeitos supervisionados por um instrutor (1 grupo por instrutor) e todos eles fizeram o treinamento prático e individual (40 minutos) em um simulador adulto Resusci Anne Laerdal® (Stavenger, Noruega) conectado via Bluetooth ao aplicativo QCPR (Qualidade da RCP) (Laerdal® - Stavenger, Noruega), além de um DEA de treinamento (Laerdal®). Quando o instrutor reconhecia que o participante apresentou dificuldades ou não seguiu corretamente as etapas apresentadas na abordagem ou ainda falhava na qualidade das compressões apontadas no aplicativo QCPR, ele realizou um feedback imediato e instruiu a correção. Conclusões: O estudo demonstrou que a implementação do treinamento em RCP para leigos é uma estratégia positiva para melhorar o conhecimento e as habilidades em situações de parada cardiorrespiratória. Logo, entende-se a importância da realização de cada vez mais treinamentos teórico-práticos, visando aumento das taxas de sobrevivência de PCR extra-hospitalares.