Introdução: A avaliação clínica dos pacientes em uso de antimicrobianos pelo farmacêutico é fundamental para monitorar seu uso, visando à segurança do paciente através do Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA), conjunto de práticas e intervenções que visam garantir a eficácia máxima dos antimicrobianos, analisando dose, tempo de tratamento, posologia conforme condição clínica do paciente. É primordial o trabalho em conjunto com o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, área médica e de enfermagem.
Objetivo: Avaliar o impacto antes e após a implementação de uma sistemática de avaliação clínica farmacêutica das prescrições de antimicrobianos em parceria com a equipe multiprofissional.
Método: Estudo comparativo pré e pós implementação estratégica do processo de avaliação clínica do paciente em uso de antimicrobianos pelo farmacêutico; realizado em instituição pública cardiológica de São Paulo, entre janeiro a dezembro de 2024. Feito uma amostragem de 3 meses antes, quando o farmacêutico solicitava que o médico realizasse alterações nas prescrições para diagnóstico situacional e após implementação de medidas sistemáticas de avaliação clínica dos pacientes em uso de antimicrobianos norteados pelo PGA e autorização da diretoria clínica, o farmacêutico passou a realizar as alterações nas prescrições tendo como base instrumentos institucionais como : Guia de doses padrão de antibióticos injetáveis; Procedimento e fluxo das intervenções frente à avaliação renal dos pacientes com antimicrobianos no mesmo setor alguns meses após finalização de sua implementação.
Resultados: No período de janeiro a março/2024, foram avaliados 326 pacientes numa unidade de terapia intensiva e constatou-se um total de 116 intervenções (35,6%). Após implementação das estratégias mencionadas, entre outubro e dezembro/2024, foram avaliados 311 pacientes e foram necessárias 70 intervenções (22,5%) de orientações dos médicos pelos farmacêuticos. A diferença percentual de 13,1% representa a parcela de intervenções relacionadas a antimicrobianos que passaram a ser ajustados em prescrição diretamente pelo farmacêutico.
Conclusão: Concluímos que o trabalho farmacêutico promoveu o uso racional de antimicrobianos e adequações foram realizadas, tendo apoio e diretriz institucional.
