Introdução: O enfermeiro desempenha um papel fundamental na prevenção de complicações relacionadas ao uso de dispositivos. O balão intra-aórtico é utilizado como terapia de ponte para transplante cardíaco, na qual pode durar dias ou meses até receber o coração. Devido ao índice elevado de complicações relacionadas ao balão, o enfermeiro através do planejamento e implementação de cuidados do processo de enfermagem pode contribuir para reduzir danos ao paciente, melhor prognóstico da terapia e qualidade da assistência prestada. Dessa forma, o objetivo do estudo foi identificar o processo de enfermagem para pacientes com balão intra-aórtico na fila de transplante. Metodologia: Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva, com análise de 61 prontuários de pacientes atendidos entre 2015 e 2023 que utilizaram balão intra-aórtico na fila de transplante. Foram coletados dados clinicos: etiologia, comorbidades, periodo (em dias) que o paciente permaneceu com o dispositivo e qual foi o desfecho clinico: transplante, óbito ou saida da fila de transplante. Foram coletados também dados relacionados ao processo de enfermagem, incluindo diagnósticos, intervenções e resultados de enfermagem. Resultados: A etiologia prevalente foi chagásica (56%), em homens (74%), com uma taxa de transplantados de 74% e os diagnósticos mais elencados: risco de infecção (78%), risco de sangramento (42%) e volume excessivo de líquidos (48%), na qual a partir desses diagnósticos de enfermagem é possível prevenir as complicações mais corriqueiras no uso do balão intra-aórtico, sendo elas a isquemia do membro, hemorragia, infecção, trombocitopenia e embolia. Conclusão: Conclui-se que a literatura é escassa sobre a temática, sendo relevante o presente estudo e nota-se, necessária a criação de protocolo para cuidados com balão intra-aórtico para a prática clínica, com o intuito de contribuir para a compreensão e aprimoramento do cuidado de enfermagem em contextos críticos de IC.
