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Exodontia em Paciente com Infarto Agudo do Miocárdio Recente sob Terapia Antitrombótica Tripla

Julia França da Silva, Raquel D'Aquino Garcia Caminha, Isabela Lorrane Mota Do Nascimento, Camila Lopes Cardoso, Julio Cesar Vidotto, Paulo Sergio da Silva Santos
Hospital Estadual de Bauru - Bauru - São Paulo - Brasil, Faculdade de Odontologia de Bauru - USP - Bauru - São Paulo - Brasil

Pacientes cardiopatas requerem frequentemente tratamentos odontológicos que demandam planejamento cuidadoso, especialmente sob terapia antitrombótica. O manejo cirúrgico deve equilibrar riscos de sangramento aumentado e tromboembolismo, com aboradagem multidisciplinar para segurança e bons desfechos. Paciente do sexo masculino, 78 anos com histórico de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e insuficiência cardiaca com fração de ejeção reduzida, internado devido infarto agudo do miocárdio (IAM) há 7 dias, com troponina positiva desde a primeira amostra. Fazia uso de ácido acetilsalicílico 100mg/dia, clopidogrel 75mg/dia, enoxaparina 40mg/0,4mL/dia, configurando terapia antitrombótica tripla, além de metoprolol 25mg/dia, atorvastatina 40mg/dia, espirinolactona 25mg/dia e mononitrato de isossorbida 20mg/dia. Foi solicitada avaliação odontológica com a queixa do paciente de que "tinha um dente muito mole e estava doendo", sendo observado um terceito molar superior esquerdo com mobilidade grau 3, associado ao risco de broncoaspiração. Considerando o quadro clínico geral, optou-se pela exodontia sob anestesia local em ambiente hospitalar, garantindo suporte médico imediato em caso de intercorrências. Foi estabelecido pela equipe de odontologia o contato proximo ao paciente para estabelecer vinculo e reduzir o estresse, uma vez que o impacto emocional poderia agravar sua condição cardiovascular. O procedimento cirúrgico foi realizado após liberação da equipe de cardiologia e anestesiologia 14 dias após o IAM, de forma que técnicas minimamente traumáticas para redução do tempo operatório e risco de sangramento excessivo foram utilizadas associadas ao uso de manobras hemostáticas locais que incluiram a instalação de esponja de fibrina no alvéolo pós exodontia, sutura em massa e aplicação de pasta de ácido tranexâmico sob a região. Além disso, foi prescrita lavagem bucal com acido tranexâmico em caso de hemorragia local. O paciente permaneceu estável durante e após o procedimento, sem sinais de sangramento excessivo ou complicações sistêmicas. O controle pós operatório foi realizado 24 e 48 horas após o procedimento, não havendo intercorrências. Este caso destaca a importância do planejamento odontológico e da abordagem interdisciplinar em cardiopatas de alto risco. Procedimentos sob anestesia local, em ambiente hospitalar e com suporte médico, podem ser uma abordagem segura. Estratégias hemostáticas locais e acompanhamento rigoroso foram fundamentais para um desfecho favorável, reforçando a necessidade de um manejo individualizado nesses casos.

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