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EFEITO DA IMUNONUTRIÇÃO PERIOPERATÓRIA EM INFECÇÕES DO SÍTIO CIRÚRGICO ENTRE PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO: ESTUDO CLÍNICO PILOTO

Giovana Alves Carvalho, Julia Souza Siqueira de Andrade, Bruno Mahler Mioto, Luiz Aparecido Bortolotto
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: As doenças cardiovasculares são a principal causa de morbimortalidade no país e no mundo, com destaque para a doença arterial coronariana, na qual a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é uma das opções de tratamento. A CRM possui risco de complicações, como infecções de sítio cirúrgico (ISC), impactando na qualidade de vida e custos de saúde. Dentre as estratégias de suporte nutricional, a administração de imunonutrição pode contribuir para reduzir esses riscos, principalmente devido ao controle da exacerbação de citocinas pró-inflamatórias advindas do trauma cirúrgico. No entanto, faltam evidências robustas para sua adoção ampla nessa população. Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar o efeito da suplementação imunomoduladora na diminuição da incidência ISC em CRM. Métodos: Trata-se de um estudo piloto do tipo ensaio clínico prospectivo não randomizado com controle histórico. A amostra incluiu pacientes submetidos à CRM, que receberam 400ml de suplementação nutricional imunomoduladora por 2 dias no pré e 3 dias no pós-operatório. A comparação foi feita com um grupo controle que realizou a cirurgia em período anterior sem suplementação. Foram analisados dados sociodemográficos, nutricionais, informações sobre o procedimento cirúrgico e desfechos, como ISC e tempo de permanência hospitalar. Resultados: O grupo intervenção prospectivo foi composto por 29 pacientes, enquanto a coorte retrospectiva incluiu 383 cirurgias eletivas. Ambos apresentaram características demográficas semelhantes, com predominância masculina (70% no grupo controle e 77% no grupo intervenção). A idade média foi de 62,7 anos no grupo controle e 64,1 anos no grupo intervenção. Não houve diferenças significativas entre os grupos nas taxas de ISC (13,1% no controle e 13,8% na intervenção, P=0,91), no tempo de permanência na UTI (2,8 dias, IQ: 2,0 a 4,0 no controle e 3,1 dias, IQ: 2,7 a 5,0 na intervenção, P=0,051) e na internação total (9,0 dias, IQ: 7,0 a 12,0 no controle e 10,0 dias, IQ: 8,0 a 17,0 na intervenção, P=0,056). Conclusão: As taxas de complicação de ISC não sofreram alterações com a introdução de imunonutrição antes e após a CRM. A relação com a duração da internação e tempo de UTI foi sem relevância estatística. No entanto, o número reduzido de participantes resultou em um insuficiente poder estatístico, o que pode ter limitado a capacidade de detectar possíveis diferenças significativas entre os grupos. Assim, estudos futuros com maior número de indivíduos são necessários para validar o uso da imunonutrição de forma rotineira nesse contexto.

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