Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um dos principais desafios da saúde pública global e uma das principais causas de morbimortalidade cardiovascular. O manejo eficaz da HAS enfrenta obstáculos como baixa adesão ao tratamento e barreiras no acesso aos serviços de saúde. A telenfermagem surge como uma ferramenta inovadora para o monitoramento remoto da pressão arterial (PA), viabilizando acompanhamento contínuo e intervenções precoces para otimizar o controle da doença. Objetivo: Avaliar o impacto da telenfermagem no controle da PA e na adesão terapêutica, destacando seu potencial como estratégia inovadora no manejo da hipertensão. Métodos: Estudo prospectivo, quantitativo e transversal conduzido com 20 pacientes atendidos no ambulatório de um Hospital terciário especializado em Cardiologia com diagnóstico de HAS. O protocolo incluiu uma consulta presencial inicial, seguida de três atendimentos por telenfermagem ao longo de 35 dias. Foram coletados dados sociodemográficos e clínicos, além do monitoramento da PA por Monitorização Residencial da Pressão Arterial (MRPA) seguindo recentes diretrizes. A adesão ao tratamento foi avaliada pelo questionário Adherence to Refills and Medications Scale (ARMS). Resultados: A idade média foi 60 anos, com igual distribuição de homens e mulheres (50%), e IMC médio 31.8±7 kg/m2. A média da PA de consultório no início do estudo foi 165,4±29/93,9±23 mmHg sob uso de 3,45±2 antihipertensivos. Após o acompanhamento por telenfermagem, observou-se uma redução significativa da PA obtida na MRPA ao longo dos atendimentos, (1ª MRPA - PA 146,9/85,7 mmHg vs. 2ª MRPA 139,5/83,61 mmHg) (p < 0,05) (Tabela 1). Houve melhora significativa da adesão ao tratamento, com redução do escore ARMS de 15,0 para 12,0 (p < 0,01) e, identificou-se problemas relacionados à adesão terapêutica como esquecimento da frequência de uso das medicações, crenças errôneas e dificuldades de acesso aos medicamentos. Conclusão: A telenfermagem demonstrou ser uma estratégia eficaz no manejo da HAS, promovendo redução da PA e aumento da adesão terapêutica. Esses achados ressaltam o papel crucial da enfermagem na incorporação de tecnologias digitais para o cuidado contínuo de pacientes com HAS, contribuindo para a sustentabilidade do sistema de saúde e a redução de complicações cardiovasculares. A implementação ampliada dessa abordagem pode representar um avanço significativo na gestão da HAS e na prevenção de desfechos adversos.