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Associação entre fibrilação atrial e obesidade nos pacientes em pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica: uma metanálise de estudos observacionais

Thayrone Romário da Silva Santos, Tenorio, YCA, Costa, FA, Abreu, KC, Lemos, RCF, Minatel, V
Centro Universitário Maceió UNIMA-Afya - Maceió - AL - BR, Hospital do Coração Alagoano HCAAJ - Maceió - AL - BR, H. Veredas - Maceió - AL - BR

Objetivo: Avaliar se a obesidade é um fator de risco para ocorrência de fibrilação atrial no pós-operatório (FAPO) de cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM). Metódos: Foi realizada uma revisão sistemática com metanálise estudos observacionais publicados entre 2011 e 2023 nas plataformas ScienceDirect, PubMed e EBSCO, utilizando os descritores obesidade, fibrilação atrial e cirurgia cardíaca, por meio do operador booleano AND. Os estudos incluídos reportaram risco relativo (RR) e intervalo de confiança de 95% (IC 95%) para a incidência de FAPO em pacientes obesos comparados a não obesos. Os cálculos estatísticos foram realizados pelo The R Project Stats, sendo o modelo de efeitos aleatórios selecionado para calcular o RR global. A heterogeneidade foi avaliada pelo índice . Resultados: Foram selecionados quatro estudos observacionais que avaliaram a associação entre obesidade e a incidência de FAPO em CRVM. O estudo mais recente, conduzido por Roberge et al. (2023), incluiu 7.995 pacientes e encontrou um risco relativo (RR) de 1,52 (IC 95%: 1,35-1,72; p < 0,001). Além disso, O estudo de Sun et al. (2011), que incluiu o maior número de participantes (12.367 pacientes), encontrou um RR de 1,27 (IC 95%: 1,13-1,42; p < 0,01). O estudo de Perrier et al. (2017) avaliou 1.481 pacientes e reportou um RR de 1,04 (IC 95%: 0,77-1,31), sugerindo ausência de associação estatisticamente significativa entre obesidade e FAPO (p < 0,001). Por outro lado, Gürbüz et al. (2014) analisaram 790 pacientes e encontraram um RR de 0,90 (IC 95%: 0,38-0,94), indicando uma possível redução no risco de FAPO em pacientes obesos, com um valor de p = 0,019, demonstrando incerteza nos resultados, porém com amostra muito reduzida comparada aos demais estudos. O RR global para a associação entre obesidade e FAPO foi de 1,23 (IC 95%: 1,00–1,51) no modelo de efeitos aleatórios, apontando uma tendência de aumento do risco. A heterogeneidade do estudo foi alta ( = 73,8%, p = 0,0095), evidenciando uma considerável variabilidade entre os estudos, o que justifica a adoção do modelo de efeitos aleatórios. Conclusão: Os resultados desta metanálise sugerem que a obesidade pode estar associada a um maior risco de FAPO em pacientes submetidos à CRVM. Esses achados ressaltam a necessidade de monitoramento rigoroso de pacientes obesos no pós-operatório de CRVM e reforçam a importância de estratégias preventivas para reduzir a incidência de FAPO nesta população.

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