Introdução: A nível populacional, o Índice de Massa Corporal (IMC) é utilizado para classificar o estado nutricional. Um indivíduo adulto é classificado com obesidade quando o IMC é maior ou igual a 30 kg/m². Contudo, sabe-se que esse parâmetro apresenta diversas limitações, incluindo a baixa sensibilidade à composição corporal dos indivíduos. Em janeiro de 2025, Rubino e colaboradores apresentaram critérios que contribuem para um diagnóstico mais sensível da obesidade. Esta proposta sugere a combinação do IMC com medidas antropométricas associadas à adiposidade. Objetivo: Comparar o diagnóstico de obesidade utilizando exclusivamente o IMC com a nova proposta de classificação da obesidade. Métodos: estudo transversal, retrospectivo e descritivo, realizado com dados antropométricos de colaboradores de um hospital de referência em cardiopneumologia, coletados entre 2017 e 2024. Foi chamado de método convencional quando o IMC≥30 kg/m² foi utilizado para o diagnóstico de obesidade. Para o método novo, proposto pela Comissão Lancet Diabetes & Endocrinologia, foram considerados obesos aqueles com IMC≥40 kg/m² ou IMC≥30 kg/m² + Circunferência da Cintura (CC) elevada ou IMC≥30 kg/m² + Relação Cintura Estatura (RCE) elevada ou CC elevada + RCE elevada. Considerou-se CC elevada maior que 102 cm para homens e maior que 88 cm para mulheres, e RCE elevada maior que 0,5. Resultados: foram avaliados 155 adultos com média de idade de 48±12 anos, sendo 81,9% sexo feminino. Cerca de 60,0% da amostra foram classificadas com alto risco cardiovascular pela medida da CC. A partir da RCE, 83,8% da população apresentou elevado risco metabólico. Utilizando o método diagnóstico convencional, observou-se uma prevalência de 43,2% (n=67) de obesidade. Quando aplicados os novos critérios para definição de obesidade, observou-se uma prevalência média de 60,0% (n=87), evidenciando um aumento de 38,8% na prevalência de obesidade. Quando os critérios diagnósticos são avaliados separadamente, apresentam variações importantes. Enquanto 43,9% e 43,2% da amostra foram classificadas com obesidade a partir da combinação do IMC com RCE e CC, respectivamente, apenas 3,2% se enquadraram no critério único de IMC >40 kg/m². O que chama a atenção é que 58,7% da amostra foi diagnosticada a partir da combinação da RCE e CC elevadas, independente do IMC. E que, além disso, 71,6% da amostra com IMC Conclusão: A inclusão de indicadores de adiposidade na avaliação nutricional podem contribuir para melhor sensibilidade do diagnóstico de obesidade.