INTRODUÇÃO: Insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica complexa, na qual o coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender às necessidades metabólicas tissulares, pode ser causada por alterações estruturais ou funcionais e caracteriza-se por sinais e sintomas que resultam da redução no débito cardíaco e/ou das elevadas pressões de enchimento no repouso ou no esforço. O transplante cardíaco persiste sendo o tratamento de escolha para a insuficiência cardíaca refratária. MÉTODO: Foi elaborado um relato de caso com base em dados clínicos e nutricionais extraídos de prontuários eletrônicos de um hospital especializado em cardiologia de Alagoas. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente, sexo feminino, 45 anos, portadora de miocardiopatia, sintomas iniciados pós COVID, com fração de ejeção reduzida (ICFER 21%) sintomática, de classe NYHA 3 a 4 e fibrose cardíaca. Devido à piora da classe funcional e tratamento medicamentoso sem sucesso, teve indicação de transplante cardíaco, apresentando ortopneia, edemas em membros inferiores, dispneia progressiva, ascite.RESULTADOS: Diante da avaliação nutricional apresentou risco nutricional de acordo com a ferramenta Nutritional Risk Screening 2002 e pelos dados antropométricos índice de massa corporal (IMC) de 25,9 kg/m2 (Sobrepeso), circunferência de braço (CB) de 34 cm (108% Eutrofia). As necessidades nutricionais foram calculadas com 30 kcal/kg/peso ao dia e 1,5 g/proteína/kg, respectivamente. Os mesmos valores foram mantidos no período pós-operatório. A paciente recebeu abreviação de jejum (líquido claro, sem resíduo) 3 horas antes do procedimento cirúrgico,apresentando pós operatório com boa evolução clínica e nutricional. Permaneceu 5 dias em unidade de terapia intensiva (UTI). No 1 PO iniciou dieta líquida de prova, com boa tolerância, em seguida, foi liberada dieta pastosa com ingestão de 60% do ofertado. No 2 P.O iniciou dieta branda com suplementação nutricional normocalórica e hiperprotéica ingerindo 80% do ofertado, posteriormente atingindo 100%. Os dados antropométricos mostraram a manutenção do estado nutricional (EN), mesmo com redução do IMC e CB, no período do internamento, o que pode ser esperado pelo trauma cirúrgico, alto catabolismo e estresse oxidativo. Após 18dias de internamento, recebeu alta hospitalar. CONCLUSÃO: A intervenção nutricional auxilia na preservação do EN durante o perioperatório. O sucesso da intervenção nutricional em pacientes candidatos à Tx cardíaco é desafiado pela condição clínica do paciente e imobilismo prolongado.