INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares correspondem às maiores taxas de mortalidade no Brasil e no mundo, merecendo especial atenção em seu atendimento. A dor torácica é o principal sintoma de um paciente com Síndrome Coronariana Aguda (SCA) e seu diagnóstico imediato e tratamento precoce são fatores que podem definir o prognóstico do paciente. O protocolo de dor torácica é um instrumento que auxilia os profissionais de saúde na tomada de decisões eficazes nesse tratamento, com o intuito de garantir o sucesso no atendimento e reduzindo o tempo de resposta nos casos mais graves. MÉTODOS: No Brasil, o Projeto Boas Práticas em Cardiologia (BPC) junto a um Hospital de Excelência localizado em São Paulo, atua em 150 unidades de pronto atendimento (UPA). Um de seus objetivos é a implantação de protocolos assistenciais baseados em diretrizes, com o intuito de aprimorar o atendimento e a eficiência no manejo de condições cardiovasculares. Em parceria com uma UPA localizada na região metropolitana de Pernambuco/RE, o projeto auxiliou na implementação do protocolo de dor torácica na unidade, visando a identificação de sinais e sintomas de forma precoce, auxílio na tomada de decisão e capacitação da equipe assistencial. Para o presente estudo, o tempo porta-eletrocardiograma(ECG) foi utilizado como principal indicador, comparando os três primeiros meses de atuação do projeto na unidade com os três últimos meses após a implementação do protocolo. RESULTADOS: Em uma análise comparativa entre os períodos de abril a junho de 2024, correspondentes aos três primeiros meses de implementação do projeto, e outubro de 2024 a janeiro de 2025, referentes aos últimos meses de avaliação, observou-se uma redução de 50% no tempo porta-ECG. Vale ressaltar que o tempo anterior à implantação já era bom, pensando nas referências em Guideline de 10 min, e, portanto o desafio de melhorar foi ainda maior.CONCLUSÕES: A implementação do protocolo de dor torácica demonstrou impacto positivo na agilidade do atendimento na UPA, resultando na redução significativa do tempo porta-ECG, mesmo em um cenário já próximo ao recomendado. Esses resultados reforçam a importância de protocolos estruturados e capacitação da equipe para a identificação precoce da síndrome coronariana aguda, contribuindo para a otimização do cuidado, autonomia da equipe e potencial melhoria dos desfechos clínicos.