Introdução: As doenças cardiovasculares (DCVs) são uma das principais causas de morbimortalidade no Brasil e no mundo. O cuidado intensivo a pacientes cardiopatas exige prevenção de complicações e otimização dos resultados assistenciais. Nesse contexto, foi implantada uma nova Unidade Coronariana (UCO) com um modelo assistencial inovador, onde enfermeiros atuam exclusivamente na assistência direta ao paciente, promovendo maior autonomia e qualificação do cuidado.
Métodos: Relato de experiência descritivo sobre a implantação de uma UCO com modelo assistencial integral pelo enfermeiro em um hospital filantrópico de São Paulo em 2024.
Resultados: O avanço das tecnologias e abordagens percutâneas motivou a inauguração de uma ala com doze leitos para cuidado semi-intensivo de pacientes cardiológicos. O modelo foi estruturado para oferecer cuidado holístico, integrando competências técnicas, científicas, comportamentais, gerenciais e educativas dos enfermeiros. Atendeu-se adultos com condições cardiológicas, com profissionais qualificados e experientes em alta complexidade. A transição para o novo modelo assistencial foi gradual, com suporte contínuo à equipe, treinamentos e alinhamento cultural. A implementação envolveu planejamento detalhado, seleção criteriosa, capacitação intensiva, definição de fluxos assistenciais baseados em boas práticas e reorganização das rotinas de cuidado, destacando o enfermeiro como protagonista do processo assistencial.
Os principais desafios incluíram adaptação das rotinas, desenvolvimento de liderança, gestão do tempo e manejo de situações complexas. No entanto, houve aumento no engajamento da equipe, melhoria na comunicação interprofissional e resposta rápida em situações críticas. O modelo reforçou a autonomia profissional, valorizou o raciocínio clínico e aprimorou o relacionamento enfermeiro-paciente, proporcionando cuidado mais humanizado e centrado nas necessidades individuais.
Conclusão: O modelo de assistência integral do enfermeiro demonstrou ser viável e impactante, promovendo melhorias significativas na prática assistencial. A experiência evidencia a importância da autonomia da enfermagem, do raciocínio clínico e do trabalho em equipe na excelência do cuidado cardiovascular, estabelecendo a enfermagem como protagonista no cuidado ao paciente cardiológico.