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Frutose plasmática e síndrome metabólica: um possível marcador de risco cardiometabólico?

Ribanna Aparecida Marques Braga, Suellyn Lima Guimarães, Júlia Galbiati de Souza, Ernani Tiaraju de Santa Helena, Nágila Raquel Teixeira Damasceno
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP - SÃO PAULO - SÃO PAULO - BRASIL, UNIVERSIDADE DE BLUMENAU - BLUMENAU - SANTA CATARINA - BRASIL

Introdução: A síndrome metabólica (SM) é um importante fator de risco para doenças cardiovasculares, influenciada por componentes genéticos e ambientais, especialmente pelos hábitos alimentares. A frutose sintética, presente em alimentos ultraprocessados e adoçantes, tem sido associada ao agravamento de múltiplos fatores de risco cardiovascular. Este estudo investiga se as concentrações plasmáticas de frutose estão associadas a maiores prevalências de SM e seus componentes em adultos e idosos do estudo SHIP-Brazil. Métodos: A amostra foi composta por 488 indivíduos (20 e 79 anos) residentes em Pomerode há pelo menos seis meses. Dados sociodemográficos e de estilo de vida foram coletados por um questionário estruturado. A SM foi identificada pela presença de pelo menos três componentes alterados, incluindo circunferência da cintura (CC) elevada e dois dos seguintes: HDL-c baixo, triglicerídeos elevados, glicemia de jejum alterada, ou pressão arterial elevada. Resultados: A SM foi prevalente em 44,46% dos indivíduos, sem diferença entre os sexos (P=0,257). A preservação da cultura alemã esteve associada a maior frequência da condição (P=0,009). Indivíduos com ≥50 anos apresentaram maior prevalência de SM (50,73% vs. 22,27%, P<0,001). Cor da pele, consumo abusivo de álcool e atividade física não tiveram associação significativa (P>0,05), enquanto ex-fumantes e fumantes atuais apresentaram maior frequência de SM (P<0,05). Os componentes mais frequentes da SM foram HDL-c baixo (94,73% vs. 46,75%) e glicemia elevada (64,31% vs. 17,49%). A concentração plasmática de frutose foi significativamente maior em indivíduos com SM e seus componentes alterados (P<0,05) (Figura 1). Nas análises de regressão de Poisson múltiplas, ajustadas por idade, sexo, preservação da cultura germânica, tabagismo e nível de atividade física, a frutose plasmática elevada (≥52,23 mg/dL – mediana) foi associada a um aumento de 81% na prevalência de SM (RP=1,81; IC95%: 1,41-2,31; P<0,001) e a uma maior frequência de componentes alterados, especialmente triglicerídeos elevados (RP=3,94; IC95%: 2,51-6,17; P<0,001). Conclusões: Concentrações plasmáticas elevadas de frutose estão fortemente associadas à maior prevalência de SM e suas alterações cardiometabólicas, especialmente triglicerídeos elevados. Esses resultados reforçam o papel da frutose como um potencial marcador de risco e destacam a importância de estratégias nutricionais para a prevenção da SM e de suas complicações.

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