Introdução: Asedeéumadasqueixasmaiscomuns nopós-operatório imediato (POI) de cirurgiacardíaca. Comumente, ascirurgiasdegrandeporte,comoacardíaca,geramumagrandeperdasanguínea, requerem intubação orotraqueal, infusão maciça de drogas e soluções anestésicas que alteram a osmolaridade plasmática. O estudo objetiva dentificar fatores sociodemográficos, clínicos-cirúrgicos e comportamentais associados à sede dos pacientes no pós-operatório imediato de cirurgia cardíaca. Métodos: Estudo transversal, realizado em hospital do nordeste do Brasil, de agosto de 2023 e janeiro de 2024. Foram incluidos ambos os sexos, idade igual ou superior a 18 anos, submetidos à cirurgia cardíaca, que estivessem no POI. Foram excluídos pacientes intubados, com dificuldade de verbalizar após extubação ou com desorientação. Utilizaram-se questionários de caracterização sociodemográfica, clínico-cirúrgico e comportamental; de avaliação cognitiva; escala verbal numérica, com pontuação de 0 a 10, classificação em 0 ‘sem sede”, 1 a 3 “um pouco de sede”, 4 a 6 “muita sede”, 7 a 10 “sede intensa; e a escala de desconforto da sede perioperatória que possui sete atributos: boca seca, lábios ressecados, língua grossa, saliva grossa, garganta seca, gosto ruim na boca, vontade de beber água; pontuado cada atributo conforme intensidade do desconforto em 0 (nada incomodada), 1 (pouco incomodado), 2 (muito incomodado), a pontuação vai de 0 a 14, quanto maior a pontuação, maior o desconforto. A pesquisa foi aprovada no comitê de ética em pesquisa, nº 70717223.6.0000.5197. Análise estatística: Para análise dos dados utilizou-se ostestesdeQui-quadradodePearson e Teste Exato de Fisher. Resultados: Observou-se associação entre a intensidade da sede e a raça/cor (p=0,046), escolaridade (p=0,049) uso da CEC (p=0,014).Todos (n=40; 100%) os pacientes apresentaram sede;a média de intensidade da sede foi 6,7 pontos e de desconforto da sede de 4,7 pontos. Maioria mulheres (n=21; 52,5%), idosos (n=22; 55,0%), pardos (n=23; 57,5%), ensino fundamental completo (n=32; 80,0%), cirurgia de revascularização do miocárdio (n=20; 50,0%), ex-fumante (n=25; 61,5%) e que fizeram o uso de Circulação Extra Corpórea (n=32; 80,0%). Conclusões: A sede se associou a fatores sociodemográficos e clínicos-cirúrgicos, sugerindo maior atenção e manejo precoce para as possíveis repercussões.