Introdução: Os programas de Reabilitação Cardíaca (RC) com caráter multidisciplinar desempenham um papel indispensável no manejo das cardiopatias, visando reduzir o risco cardiovascular e contribuir para a aderência aos hábitos saudáveis, o que contribui para melhorias de funcionalidade e de qualidade de vida em pacientes incluídos nestes programas. Assim, o objetivo deste estudo é analisar os possíveis efeitos da orientação nutricional nos desfechos clínicos de indivíduos em RC. Métodos: O presente trabalho trata-se de uma revisão sistemática da literatura conduzida conforme as diretrizes do PRISMA. A busca foi realizada nas bases PubMed e SciELO, considerando os estudos publicados nos últimos 5 anos, como ensaios clínicos randomizados, estudos observacionais, qualitativos e revisões sistemáticas. Foram excluídos artigos indisponíveis na íntegra, duplicatas e estudos que não abordassem especificamente a orientação nutricional na RC. Previamente à inclusão dos critérios de inclusão e exclusão, haviam sido identificados 1162 artigos acerca desta temática nas supracitadas bases, contudo, após a análise mais detalhada, foram considerados para inserção dez trabalhos. Resultados: Dentre os artigos incluídos neste estudo, quatro são ensaios clínicos randomizados, quatro foram classificados como revisões sistemáticas, um estudo observacional retrospectivo e um estudo qualitativo. Wongvilbusin et al. (2021), em sua revisão, ressalta a baixa abordagem da temática do aconselhamento nutricional em programas de RC. Entretanto, Liu et al. (2023), indica que pacientes em RC incluem entre as temáticas prioritárias do programa as orientações nutricionais. Por sua vez, nos artigos incluídos neste estudo, observou-se uma prevalência de pesquisas que expõem o provável impacto direto do aconselhamento alimentar na melhoria de fatores como estado nutricional, adesão dietética e qualidade de vida. Outrossim, Vanzella et al. (2021), evidencia que a aderência a tais recomendações alimentares em programas de RC sofre influência de diversos fatores (situação financeira, conhecimento, apoio familiar e perspectivas culturais) que devem ser considerados para intervenções mais assertivas. Conclusões: Os achados reforçam a importância da orientação nutricional nos programas de RC. No entanto, observa-se uma lacuna na inclusão sistemática do nutricionista nesses programas, evidenciando a necessidade de maior reconhecimento e integração desse profissional na equipe multidisciplinar.
