Introdução: As doenças cardiovasculares possuem altas taxas de mortalidade em ambos os sexos. No período pandêmico, houve dificuldade para o consenso do manejo da síndrome coronariana aguda (SCA), em tempos de admissões massivas por infecção pelo Coronavírus (COVID-19), sobretudo relacionado ao diagnóstico inadequado mediante a similaridade dos sintomas das duas doenças. Objetivo: analisar o impacto do período de pandemia da COVID-19 em pacientes com SCA em um hospital de referência em cardiologia. Método: estudo transversal, observacional, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado no serviço de hemodinâmica. A amostra constituiu-se por dois grupos, submetidos a angioplastia coronariana transluminal percutânea, o grupo 1 (pacientes atendidos entre março e junho de 2020), composto por 75 pacientes, e o grupo 2 (pacientes atendidos entre maio e agosto de 2023), composto por 51 pacientes. O estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa sob CAAE: 60252822.7.0000.5197. Resultados: A amostra possui prevalência de indivíduos do sexo masculino, idosos, com hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, como comorbidades mais frequentes. Evidenciou-se diferença significativa entre os grupos, para a variável tabagismo (p 0,00), quanto aos sintomas iniciais, na dispneia (p 0,00) e na náusea (p 0,00), e nas complicações relacionadas ao período perioperatório (p 0,03), além de, dias de hospitalização (p 0,00). Sobre a avaliação da artéria doente, houve diferença significativa entre os grupos na presença de lesão arterial única ou multiarterial (p 0,001). Os resultados desta pesquisa evidenciaram o impacto do período da pandemia da COVID-19 em pacientes atendidos em um hospital público, referência em cardiologia de uma cidade do Nordeste brasileiro. Devido ao contexto pandêmico, destacou-se uma prevalência de tabagismo em pacientes do grupo atendido com síndrome coronariana aguda, bem como um perfil de pacientes mais graves, com lesões multiarteriais, que tiveram um período mais prolongado de internamento, com complicações cardiovasculares e óbito. Conclusões: destacou-se uma prevalência de tabagismo em pacientes do grupo atendido com síndrome coronariana aguda no período da pandemia da COVID-19, bem como um perfil de pacientes mais graves, com lesões multiarteriais, período mais prolongado de internamento, complicações cardiovasculares e óbito.
