Introdução: A sepse é uma das principais ameaças à saúde global, sendo responsável por altas taxas de morbidade e mortalidade, com uma letalidade hospitalar que pode chegar até 35%. No contexto da unidade de terapia intensiva (UTI), observa-se uma grande variabilidade nas taxas de mortalidade entre os pacientes com sepse, influenciada por múltiplos fatores. Entre eles, podemos destacar a hipertensão arterial sistêmica (HAS), condição que pode impactar significativamente a evolução clínica desses pacientes. A HAS é uma condição multifatorial e crônica caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial, sendo um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, insuficiência renal e acidente vascular cerebral. Devido ao seu caráter frequentemente assintomático, muitos indivíduos desconhecem seu diagnóstico até o surgimento de complicações graves. Além disso, a HAS está fortemente associada a danos vasculares e disfunção de órgãos-alvo, tornando-se um fator relevante na evolução de pacientes críticos. Objetivo: Analisar o perfil clínico e os desfechos hospitalares de pacientes hipertensos internados em unidade de terapia intensiva (UTI) com diagnóstico de sepse. Método: Estudo retrospectivo, realizado em um hospital filantrópico em São Paulo, os dados foram extraídos da plataforma de gestão de dados institucionais, no período de 01/2022 a 05/2024. Foram incluídos pacientes hipertensos maiores de 18 anos admitidos no pronto atendimento com diagnóstico de sepse e que foram transferidos para UTI. Aprovado no CEP sob o número 81357124500005461. Foram investigados comorbidades, sexo, idade, uso de droga vasoativa, tempo de internação em UTI e desfecho hospitalar. Resultados: Foram incluídos 147 pacientes, sendo 67% (n = 98) do sexo masculino e 33% (n = 49) do sexo feminino, com idade média de 81 anos. O tempo médio de permanência na UTI foi de 3,5 dias, enquanto a duração total da hospitalização foi de 16 dias. O uso de drogas vasoativas nas primeiras 24 horas de internação foi registrado em 15 pacientes, dos quais 12 eram do sexo masculino. Nessa subpopulação, o tempo médio de permanência na UTI foi de 8 dias, e o tempo total de internação hospitalar alcançou 31 dias. Quanto ao desfecho hospitalar, 90,5 % (n=133) pacientes receberam alta, enquanto 9,5% (n=15) evoluíram para óbito. Conclusão: Pacientes hipertensos com sepse internados na UTI eram predominantemente idosos e do sexo masculino. O uso precoce de drogas vasoativas foi associado a maior tempo de internação, sugerindo maior gravidade clínica.