Versão brasileira da Palliative Outcomes Scale (POS) – carer: resultados da validação de construto em cuidadores de pacientes com insuficiência cardíaca.
Introdução: A Insuficiência Cardíaca (IC), além de ser responsável por altas taxas de morbidade de mortalidade no mundo, possui uma alta carga de sintomas que interfere significativamente na qualidade de vida. Como doença ameaçadora da vida, a IC tem indicação de cuidados paliativos (CP). A Palliative Care Outcome Scale (POS) é uma ferramenta multidimensional que avalia sintomas físicos, emocionais e espirituais, além das necessidades de informação e apoio. O uso da versão para cuidadores da POS permite monitorar a necessidade de cuidados dos indivíduos com IC na perspectiva do cuidador/familiar quando o paciente não pode se auto avaliar. Este estudo teve como objetivo analisar a validade de construto desta ferramenta por meio de teste de hipótese.
Método: Estudo metodológico de corte transversal realizado com 167 cuidadores de indivíduos com diagnóstico de IC, em seguimento ambulatorial em um hospital universitário do interior paulista, entre novembro de 2023 e fevereiro de 2025. Os cuidadores responderam por entrevista a versão brasileira da POS-carer e à versão adaptada para paciente/cuidador das classes funcionais da NYHA. A pontuação geral da POS-carer contem 10 itens respondidos em escala ordinal entre zero e quatro. A soma das respostas pode variar de zero a 40, menores valores indicam menor necessidade de cuidados na perspectiva do cuidador/familiar. Os dados foram processados pelo software SPSS versão 25.0 para Windows®. Para testarmos a hipótese de que, quanto maior a classe funcional, maior a necessidade de CP, utilizamos o teste Anova. O nível de significância adotado foi 0,05.
Resultados: Segundo avaliação dos cuidadores as médias obtidas para o valor total da POS-carer foram: 8 (D.P.=7), 13 (D.P.=7), 15 (D.P.=6) e 18 (D.P.=9), respectivamente, nas classes funcionais I, II, III e IV da NYHA. Constatamos diferenças estatisticamente significante entre os grupos (valor p > 0,0001), confirmando a hipótese utilizada para analisar a validade de constructo do instrumento.
Conclusão: A versão brasileira da POS-carer mostrou ter validade de constructo quando usada em cuidadores/familiares de pacientes com IC. Sugere-se a continuidade das análises de medida da POS-carer em grupos distintos de cuidadores de pacientes com IC.
