Introdução: Pacientes com diabetes tipo 2 possuem risco aumentado de morbimortalidade cardiovascular. O uso adequado de antidiabéticos como metformina, inibidores do cotransportador de sódio-glicose-2 (SGLT2) e insulinas não promove apenas o controle glicêmico, mas também exerce efeitos cardioprotetores, contribuindo para a redução do risco de eventos cardiovasculares em pacientes diabéticos. Este estudo tem como objetivo descrever as ações do farmacêutico clínico durante a hospitalização e desospitalização destes pacientes, tanto no monitoramento, quanto na otimização do tratamento. Métodos: Estudo retrospectivo, realizado no Hospital Terciário Especializado em Cardiopneumologia em São Paulo. Foram analisados dados do registro farmacêutico da Assistência Farmacêutica Clínica em prontuário, no período de janeiro a dezembro de 2024. Utilizou-se o método estatístico descritivo para a análise das variáveis. Resultados: Foram avaliados 292 pacientes, sendo 50,8% (150) do sexo feminino, com média de idade de 65 ± 10 anos (30-94). Foram realizadas 537 intervenções farmacêuticas relacionadas aos medicamentos antidiabéticos, sendo 28,0% (151) durante a internação e 72,0% (386) no momento da alta hospitalar. Os principais subtipos de intervenção foram: 37,2% (200) conciliação medicamentosa, destas, 170 na alta hospitalar; 27,4% (147) de orientação ou encaminhamento da equipe ou paciente, sendo a maioria, 136, na alta hospitalar; 14,0% (75) inclusão de medicamento; e, 8,0% (43) solicitação de exame laboratorial. A aceitabilidade das intervenções pela equipe médica foi de 85,7% (460). Dos medicamentos envolvidos, 38,7% (208) das intervenções farmacêuticas estavam relacionadas à dapagliflozina, sendo 96 para orientação dos critérios de elegibilidade e 35 para solicitação de exame (glicose em jejum e hemoglobina glicada) conforme critérios estabelecidos para dispensação pelo Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde; 29,9% (172) foram referente às insulinas; e, 21,7% (116) de metformina, destas 79 intervenções foram para a conciliação do medicamento na alta hospitalar. Conclusão: A atuação do farmacêutico foi fundamental para a otimização da terapia medicamentosa e segurança do paciente contribuindo para a melhora dos desfechos clínicos, redução de complicações cardiovasculares e morbimortalidade. Destacando a importância da conciliação medicamentosa na alta hospitalar e as orientações para continuidade do tratamento.