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Diferença no risco cardiometabólico em adolescentes é dependente do sexo e do excesso de peso: Estudo ISA-Capital

Júlia Galbiati, Marlene N. Aldin, Livia Alvarenga, Rosana A. M. S. Freitas, Regina M. Fisberg, Marcelo M. Rogero, Flavia M. Sarti, Nágila R. T. Damasceno
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL, FACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DA USP - SÃO PAULO - SÃO PAULO - BRASIL

Introdução: A doença cardiovascular (DCV) é a principal causa de mortalidade em todo o mundo. Sabe-se que as diferenças de gênero podem influenciar o risco cardiovascular em adultos, mas isso ainda não foi explorado em adolescentes. Além disso, a obesidade e o sobrepeso nesta fase da vida podem impactar negativamente na saúde cardiovascular do adulto. Objetivo: Investigar as diferenças no risco cardiometabólico entre adolescentes do sexo masculino e feminino em uma amostra representativa da população da cidade de São Paulo. Métodos: A população de referência foi selecionada do estudo ISA-Capital 2015. Foram avaliados as medidas antropométricas, a atividade física, o consumo de álcool e a pressão arterial. As citocinas inflamatórias, a adiponectina, a leptina e a insulina foram analisados por métodos comerciais padrão. O perfil lipídico foi analisado em sistema semi-automatizado, enquanto as subfrações de LDL e HDL foram determinadas no sistema Lipoprint®.  Resultados: Foram analisados 271 adolescentes (130 meninos e 141 meninas) com média de idade 15,3±0,2 anos. A presença de sobrepeso foi maior em meninas [36,6% vs. 20,7%; p=0,018]. As meninas apresentaram uma razão CT/HDL-c mais alta [3,5 (0,10) vs. 3,2 (0,09), p=0,030] e LDL-c/HDL-c [2,1 (0,08) vs. 1,8 (0,07), p=0,038] do que os meninos. As meninas apresentaram menor conteúdo de partículas maiores de HDL (HDL2) e maior conteúdo de partículas pequenas (HDL9; p<0,05 para ambos), indicando pior distribuição nas subfrações de HDL. Além disso, as meninas apresentaram um perfil desfavorável quanto ao HOMA-IR, insulina e marcadores inflamatórios (PCR, leptina e TNF-α) (p<0,05), em comparação com os meninos. Essas diferenças foram explicadas parcialmente pelo excesso de peso, onde adolescentes com excesso de peso têm valores maiores de pressão arterial sistólica (B=7,890, p<0,001); TC/HDL-c (B=0,694, p<0,001); LDL-c/HDL-c (B=0,507, p<0,001); HOMA-IR (B=2,264, p<0,001); insulina (B=9,816, p<0,001); PCR (B=0,264, p<0,001) e leptina [B=4,757, p<0,001); no entanto, possuem menor valor de adiponectina (B=-16499,99, p<0,001). Conclusões: Adolescentes do sexo feminino apresentam um perfil cardiometabólico pior do que os meninos na mesma faixa etária, sendo esse perfil parcialmente associado ao excesso de peso (sobrepeso e obesidade). Em conjunto, esses resultados sinalizam para um maior risco cardiometabólico entre adolescentes do sexo feminino.

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