Introdução: A mediastinite é uma infecção que pode ocorrer após cirurgias cardíacas, impactando a recuperação pós-operatória e elevando custos hospitalares. Fatores de risco como tabagismo, obesidade, diabetes, tempo prolongado de circulação extracorpórea e a utilização de duas pontes mamárias aumentam chance de infecção. A assistência de enfermagem (AE) é fundamental no manejo da mediastinite, baseado no processo de enfermagem (PE), utilizando a taxonomia dos Diagnósticos de Enfermagem (NANDA-I), Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC) e Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). O objetivo do estudo é descrever o planejamento da AE do paciente com mediastinite, após a cirurgia de revascularização do miocárdio. Método: Trata-se de um relato de caso realizado na enfermaria de um hospital público de São Paulo, especializado em atendimento cardiovascular, durante o cenário prático do Programa de Residência em Enfermagem Cardiovascular. Os dados foram obtidos em prontuário eletrônico. Foi solicitado autorização ao paciente com TCLE e aprovação do CEP. Resultados: LCF, 69 anos, feminino, portadora de Doença Arterial Coronariana. Antecedentes de diabetes tipo II, hipertensão arterial e dislipidemia. Internação eletiva para cirurgia ocorreu em março de 2024, sendo realizada no mesmo mês, com uso de circulação extracorpórea, apresentou derrame pericárdico e infecção de ferida operatória, estendendo a hospitalização. Conforme o PE, na avaliação, foi realizado anamnese e exame físico e avaliação de sintomas físicos e emocionais por meio das escala de Depressão geriátrica e escala de sintomas Edmontom.Relacionou-se Diagnósticos de Enfermagem (DE) Síndrome da Fragilidade do idoso relacionado à tristeza e desnutrição, evidenciado por tolerância à atividade diminuída. O DE Integridade Tissular Prejudicada relacionado à procedimento cirúrgico associado à mediastinite, evidenciado por integridade da pele prejudicada. Ambos obtiveram alta acurácia, avaliado pela Escala de Acurácia Diagnóstica. Esperança e Cicatrização de Feridas: segunda intenção foram os resultados de enfermagem escolhidos e as intervenções Promoção da Esperança, Alimentação e Cuidado com lesões foram implementadas. Conclusão: Durante a AE prestada, constatou-se o alcance dos resultados. Foi elaborado um planejamento de alta adaptado para a paciente, para continuidade do cuidado em domicílio. Demonstra-se a necessidade de uma AE de qualidade, reforçando autocuidado, bem estar emocional e cuidados com a ferida operatória.
