INTRODUÇÃO: Intervenção coronária percutânea na síndrome coronária aguda reduz mortalidade e reinfarto. Entretanto existem riscos:trombose, reestenose, e raramente, formação de aneurismas coronários. CASO:Homem,50 anos,tabagista e diabético; encaminhado ao serviço de referência após infarto do miocárdio com supradesnivelamento de ST (IAMCSST) inferior trombolisado em julho/2019 para coronariografia (CATE) que revelou lesão longa na porção proximal e média da coronária direita (CD), tratada com stent farmacológico (SF), sem outras lesões. Manteve dupla antiagregação plaquetaria (DAPT) por 1 ano. Em julho/2021 apresentou novo infarto e CATE com SF na CD mantido com ectasia proximal, lesão grave na descendente posterior (tratada com SF) e lesão grave proximal em descendente anterior tratada com SF. Prescrito DAPT por 1 ano. Em abril/2022, novo IAMCSSST inferior e CATE com stents em CD pérvios e formação aneurismática no SF proximal; Descendente anterior sem obstruções e ectasia na porção proximal do SF. Tomografia de coerência óptica revelou aneurismas com má aposição nas porções proximais dos stents em CD e descendente anterior e ausência de endotelização das hastes mal apostas nas 2 artérias. Mantido em tratamento clínico e DAPT ( trocado clopidogrel por Ticagrelor) por 1 ano. Em maio/23, após suspensão do Ticagrelor, apresentou novo IAMCSST inferior trombolisado, cujo CATE evidenciou aumento da formação aneurismática na porção proximal do stent da CD, com demais stents pérvios. Encaminhado para investigação de trombofilia (não confirmada) e mantido com DAPT.Em maio/24 apresentou novo IAMCSST inferior trombolisado, CATE demonstrou CD com oclusão total intrastent proximal, mantendo formação aneurismática na porção proximal deste. Devido aos múltiplos eventos relacionados a este vaso, optamos por não realizar intervenção percutânea. CONCLUSÃO:Aneurismas Coronarianos são raros (0.8-1.3%) após SF, predispondo à trombose e síndrome coronariana aguda,particularmente após suspensão da DAPT, o que ocorreu neste caso.Fatores predisponentes: lesões complexas (proximais, longas, oclusões totais e SF de primeira geração). Fisiopatologia é incerta,relacionada ao efeito tóxico das drogas antireestenose,cicatrização endotelial retardada,hipersensibilidade ao polímero, enfraquecimento da parede arterial, dilatação e má aposição das hastes do SF. O tratamento é controverso, DAPT em longo prazo pode ser considerada, mas o manejo deve ser individualizado.