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Inibidores do fator XIa vs DOACs em pacientes com fibrilação atrial: uma revisão sistemática com metanálise

Bruna Letícia de Oliveira, Rafaela Rosselli Marin, João Pedro Vieira Nardo, Monize Aparecida Gonçalves do Nascimento
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium (UNISALESIANO) - Araçatuba - SP - Brasil

Introdução: A fibrilação atrial (FA) é a arritmia mais prevalente em nível global e um importante fator de risco para acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi), devido à formação de coágulos no coração, que podem ser embolizados e bloquear o fluxo sanguíneo cerebral. O uso de anticoagulantes é essencial na prevenção dos eventos tromboembólicos, entretanto aumentam o risco de sangramento. Recentemente, inibidores do fator XIa surgiram como uma alternativa promissora por seu potencial de reduzir sangramento sem comprometer a eficácia. Este estudo objetiva analisar a segurança e eficácia desses anticoagulantes em comparação aos anticoagulantes orais diretos (DOACs) no manejo da FA.

 

Métodos: Foram conduzidas buscas sistemáticas nas bases de dados PubMed, Embase e Cochrane por ensaios clínicos randomizados (ECR) de pacientes com FA que comparavam a anticoagulação com inibidores do fator XIa com DOACs.  Os desfechos analisados incluíram (1) mortalidade; (2) Sangramento maior ou clinicamente relevante; (3) AVCi. A heterogeneidade foi examinada com estatística I². Um modelo de efeitos aleatórios foi utilizado para desfechos com alta heterogeneidade.

 

Resultados: Foram analisados ​​103 estudos, dos quais 3 ECR se enquadraram nos critérios, totalizando 16.174 pacientes com fibrilação atrial. Os inibidores do fator XIa foram utilizados em 8099 (50,07%) pacientes. O uso dessa classe de anticoagulantes foi associado à redução significativa de sangramento maior e sangramento clinicamente significativo não maior (RR 0,42; IC 95% 0,34 - 0,53; p < 0,00001; I²=0%) e ao aumento significativo da ocorrência de AVCi (RR 3,63; IC 95% 2,37 - 5,58; p < 0,00001; I²=0%). Não houve diferença estatisticamente significativa na mortalidade entre os grupos (RR 0,82; IC 95% 0,62 - 1,08; p = 0,16; I²=0%).

 

Conclusão: Os inibidores do fator XIa demonstraram um perfil de segurança favorável ao reduzir significativamente o risco de sangramento, tornando-se clinicamente relevante em comparação aos DOACs no manejo da FA. No entanto, essa redução no risco de sangramento foi acompanhada por um aumento significativo na ocorrência de AVCi, o que sugere uma possível redução na eficácia da prevenção de eventos tromboembólicos. Esses achados indicam que, apesar do potencial benefício, o uso clínico dos inibidores do fator XIa deve ser avaliado com cautela, considerando o equilíbrio entre segurança e eficácia na anticoagulação da FA e na prevenção de AVCi.

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