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Estresse psicossocial autorreferido e a ocorrência de extrassístoles ventriculares isoladas na recuperação após teste ergométrico em adultos assintomáticos

Larissa de Almeida Dourado, Julia Pedreiro Bertasso, João Paulo de Almeida Dourado, Bruno Carnevale Sini, Jaciara Gomes de Oliveira, Bianca Barros de Faria, Karolyne de Oliveira Matos, Paulo Magno Martins Dourado, Pedro Gabriel Senger Braga
Clínica Pró-Coração - São Paulo - SP - Brasil

Introdução: Extrassístoles ventriculares (EV) que aparecem na fase de recuperação após o teste ergométrico, se associam à maior ocorrência de eventos cardiovasculares em comparação às EV presentes no esforço. Entender se o estresse psicossocial autorreferido pode auxiliar na triagem, assim como, na identificação de arritmias no indivíduo assintomático se faz necessário.
Objetivo:  Verificar se as ocorrências das EVs são maiores em adultos que referem estresse psicossocial na sua rotina.

Métodos: 282 adultos assintomáticos do ponto de vista cardiovascular, foram divididos em dois grupos de acordo com o estresse psicossocial autorreferido, se sim ou se não, formando os grupos daqueles que não se consideraram estressados (-E, n=106), e aqueles que se consideraram estressados (+E, n=176). Todos os participantes foram submetidos ao teste ergométrico, realizado em esteira rolante. Durante o repouso, o esforço e na recuperação, a frequência cardíaca (FC), a pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), foram aferidas. Além disso, a todo tempo estava sendo realizado o eletrocardiograma (ECG). Foram consideradas EV os traçados do ECG anômalos, com alargamento do QRS e que foi descartado ser artefato. Os critérios de inclusão foram: atingir FC submáxima para a idade (85%) e a duração do teste de pelo menos 6 minutos de esforço e 6 minutos de recuperação. Foram considerados critérios de exclusão: PAS 180mmHg e/ou PAD 110mmHg pré-teste, presença de EV no repouso e não foram incluídos testes com o ECG incapaz de ser interpretado.

Resultados: A ocorrência das EV foi maior no grupo +E, estando presente em 25 participantes (14% vs. 4%; p=0,0044). Não houve diferença entre a idade e a distribuição de sexo nos grupos estudados. O índice de massa corpórea (IMC) (26,0 ± 3,9 kg/m² vs. 27,1 ± 4,3 kg/m²; p=0,0178) e a circunferência abdominal (CA) (91,9 ± 13,2 cm vs. 96,7 ±13,2 cm; p=0,0009) estavam maiores no grupo +E. A FC, PAS e PAD em repouso e durante o esforço, não diferiram entre os grupos. No entanto, a PAS do sexto minuto da recuperação estava maior no grupo +E (129 ± 12 mmHg vs. 133 ± 10 mmHg; p=0,0195). Por fim, o tempo de teste foi menor no grupo +E (435 ± 101 segundos vs. 503 ± 154 segundos; p<0,0001).
Conclusão: Adultos com o estresse psicossocial autorreferido podem ter maior ocorrência de EV na recuperação após o teste ergométrico. Portanto, reforçamos que a investigação do estresse psicossocial na rotina do paciente assintomático, além do emprego do teste de esforço para a detecção e diagnóstico das EV, são necessários na prática clínica.

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