INTRODUÇÃO A variabilidade da frequência cardíaca é influenciada pelo tipo, intensidade e duração do exercício. A realidade virtual (RV), cada vez mais empregada na prática de atividades físicas, destaca-se como uma ferramenta promissória na reabilitação cardíaca de pacientes pós-infarto do miocárdio. O objetivo do trabalho foi avaliar a modulação autonômica cardíaca durante exercício em RV nos pacientes pós-infarto agudo do miocárdio em uma unidade coronariana de um hospital terciário do estado de São Paulo. MÉTODO Estudo experimental, transversal, de abordagem quantitativa, realizado na unidade coronariana de um hospital terciário. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio, com ou sem supra do segmento ST (CSST e SSST), internados para tratamento; ambos os sexos; idade entre 18 e 90 anos; sem uso de drogas vasoativas no momento da avaliação inicial. Foi coletada a variabilidade da frequência cardíaca dos pacientes em quatro momentos: deitado, sentado, realizando exercício em realidade virtual (MoveHero) e durante o teste de caminhada de seis minutos (TC6min). Os dados foram submetidos à análise múltipla de variância com os dois grupos de infarto agudo do miocárdio e os quatro momentos da avaliação. Os resultados gráficos são apresentados como média e erro padrão. O tamanho do efeito foi medido pelo Eta quadrado parcial e classificado como pequeno, médio ou grande. RESULTADOS Foram analisados 16 participantes, majoritariamente do grupo CSST. A média de idade foi superior no grupo SSST, sendo a maioria masculina (figura 1). A análise múltipla de variância não evidenciou efeitos significativos para os fatores analisados, nem interações entre eles. Houve efeito principal nos índices Mean HR e Mean RR (figura 2), mostrando aumento da frequência cardíaca da posição deitada para o MoveHero e TC6min, independentemente do tipo de infarto. Em contrapartida, o Mean RR apresentou diminuição, independentemente do tipo de infarto, ao transitar de deitado para o MoveHero e TC6min. Observou-se aumento no intervalo RR de sentado para o MoveHero e TC6min. Os índices RMSSD e SDNN não apresentaram diferenças estatisticamente significativas (figura 3). CONCLUSÃO A modulação autonômica cardíaca durante o exercício em RV em pacientes pós-infarto agudo do miocárdio mostrou-se eficaz, com alterações significativas ao transitar do repouso para a RV e o TC6min. Assim, a RV se apresenta como uma ferramenta promissora para a reabilitação cardiovascular após infarto agudo do miocárdio.