Introdução
A síndrome de brugada (SB) é uma doença cardíaca, genética e não estrutural, de caráter hereditário autossômico dominante, com manifestações arrítmicas, que predispõe a arritmias ventriculares, como fibrilação ventricular e taquicardia ventricular, as quais estão diretamente relacionadas ao aumento de risco de morte súbita. A prevalência estimada dessa síndrome é de 1/2.000 indivíduos no mundo, sendo o sexo masculino o mais acometido. As estratégias de tratamento da SB tem como objetivo, atualmente, o controle dos sintomas e a prevenção de morte súbita.
Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, realizada na plataforma PubMed, utilizando os descritores “Síndrome de Brugada” e “Desfibriladores implantáveis” em suas variações na língua inglesa: “Brugada Syndrome” e “Desfibrillators implantable”, utilizando o operador booleano “AND”. A análise do conteúdo buscou responder a pergunta norteadora “quando o cardiodesfibrilador implantável deve ser escolha no tratamento da SB?”. Para isso, foram incluídos artigos publicados entre 2024 e 2025, os quais estavam disponíveis em texto completo gratuitamente, somando um total de 28 publicações. Apenas 4 desses estavam de acordo à temática abordada, portanto, 24 publicações foram excluídas por não se encaixarem ao tema.
Resultados
Em uma revisão abrangente, foi demonstrada a eficácia dos cardioversores-desfibriladores implantáveis (CDI) em pacientes com risco alto de sintomatologia na SB, no entanto em casos de risco baixo a indicação é menos significativa e definida, sendo necessário uma análise completa e meticulosa de risco-benefício para sua implantação. Na mesma revisão demonstrou a utilidade da terapia de ablação por radiofrequência em pacientes com SB que apresentam arritmias ventriculares recorrentes e diversas ativações do CDI. Ademais, outro estudo semelhante mostrou que a ablação é uma terapia eficaz para melhorar a arritmia em sintomáticos que recusam CDI. Por fim, outro estudo trouxe resultados benéficos e isentos de colaterais graves ao uso da ablação em sintomáticos, abrindo o paradigma para escolha do método terapêutico e suas utilizações na SB.
Conclusão
Diante dos estudos analisados, observamos que existem grandes benefícios do uso do CDI ou terapia de ablação epicárdica em pacientes com SB sintomática. No entanto, em torno desse contexto concluímos que é necessário mais estudos aprofundados e específicos para avaliação prognóstica desta síndrome e suas terapias. Principalmente quando visualizamos os pequenos contingentes populacionais trabalhados nos estudos.