Introdução: O teste ergométrico tem sido utilizado para avaliar a capacidade funcional aeróbica de diferentes indivíduos. Embora recomende-se que esse teste dure entre 8 a 12 minutos, para que a carga esteja bem ajustada, as alterações biomecânicas no paciente pós acidente vascular cerebral (AVC) podem limitar a capacidade de exercício. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar os fatores que influenciam a duração do exercício durante um protocolo de teste em esteira adaptado para pacientes pós AVC. Métodos: Estudo do tipo transversal e exploratório (N=41). O protocolo, conduzido por uma médica cardiologista e um fisioterapeuta, consistiu de 1,5 minuto de aquecimento com velocidade mínima (1,5 km/h), seguido por 3 minutos de aumento progressivo da velocidade a cada 30 segundos até atingir a velocidade correspondente ao teste de caminhada de 6 minutos (realizado previamente). Em seguida, a inclinação da esteira foi aumentada em 0,5% a cada 15 segundos até a exaustão do participante. Sendo finalizado com 1 minuto de recuperação. O eletrocardiograma foi obtido em 12 derivações. Como variáveis independentes foram adotados o índice de massa corporal (IMC), o nível de aptidão física e cardiorrespiratória (Perfil de Atividade Humana), a velocidade de caminhada (teste de caminhada de 10 metros) e o comprometimento sensório-motor (Escala de Fugl-Meyer). A relação entre a duração do exercício e as variáveis independentes foi controlada com base em alcançar ou não 85% da FCmáx predita. As relações entre essas variáveis foram analisadas por meio de modelos de regressão linear múltipla. As análises estatísticas consideraram um nível de significância de 5%. Resultados: Os participantes apresentaram idade média de 63 ± 10 anos, IMC de 27,7 ± 4,0, sendo 63% homens. Os modelos estatísticos resultaram em relações significativas para as variáveis, com exceção do modelo com o comprometimento sensório-motor. O nível de aptidão física e cardiorrespiratória (β = 0,618, t = 4,139, p < 0,01; R² = 0,335), o índice de massa corporal (β = -0,415, t = -2,807, p = 0,008; R² = 0,172), e as velocidades confortável (β = 0,475, t = 3,183, p = 0,003; R² = 0,211) e rápida (β = 0,447, t = 2,992, p = 0,005; R² = 0,191) mostraram-se associadas ao tempo de duração do teste. Conclusão: A duração do exercício em um protocolo de esteira adaptado para pacientes pós-AVC é influenciada principalmente pelo nível de aptidão física, IMC e velocidade de caminhada. Esses fatores devem ser considerados podendo impactar no estabelecimento de faixas de treinamento físico seguras. Fapesp e CNPq.