Introdução: A disfunção autonômica é um preditor de pior prognóstico em pacientes com doença arterial periférica (DAP). Uma ferramenta para avaliação desta função é o acompanhamento da frequência cardíaca de recuperação (FCR) sendo calculada pela diferença entre o pico de frequência cardíaca (FC) durante o exercício e a FC pós um minuto de término do esforço máximo ou submáximo. Há a sugestão na literatura de que FC ≤ 12 batimentos por minuto (bpm) apresentam maior risco de evento cardiovascular. Assim, o objetivo deste estudo foi descrever o comportamento da FCR no primeiro minuto após o teste da caminhada dos seis minutos (TC6M) em pacientes com DAP. Método: Foram avaliados indivíduos de ambos os sexos, com DAP e claudicação intermitente, sem lesão trófica e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Foram excluídos aqueles com déficit motor ocasionado por doença neurológica e os incapazes de realizar o teste de caminhada. O TC6M foi realizado conforme as orientações da American Thoracic Society e os valores da FC foram registrados pré-teste, durante e após um minuto de término do teste. Para o cálculo da FCR, a maior FC observada durante ou ao final do teste foi subtraída da FC observada ao final do primeiro minuto de recuperação. Foi realizada a análise descritiva dos dados em média e desvio padrão com possíveis correlações. Resultados: Foram avaliados dados de 10 participantes diagnosticados com DAP e índice tornozelo-braquial ≤ 0,90, idade em média de 63±11 anos, altura em média de 1,65±0,1 metros, sendo cinco mulheres. A distância percorrida no TC6M foi comparada a distância prevista calculada com média de 529±27 metros (prevista) e 380±73 metros (alcançada). A FC pré-teste apresentou média de 76±12bpm, a FCmáxima alcançada foi em média foi de 107±18bpm com a FCR em um minuto com média de 12±6bpm. Conclusão: A variação da frequência cardíaca de recuperação apresentou valores limítrofes para classificar os indivíduos com DAP com risco elevado de evento cardiovascular após o TC6M.