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Impacto da anemia pré-operatória nos desfechos clínicos após a cirurgia de revascularização do miocárdio: uma análise do registro BYPASS

Mariana Chisté Ferreira, Roberto Moraes Jr, Pedro RP Meira, Matheus Ritto, Renata Branco, Isadora S. Rocco, Isabel C Céspedes, Nelson Hossne Jr, Solange Guizilini, Walter J Gomes
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: A anemia pré-operatória é uma condição frequentemente associada a desfechos clínicos desfavoráveis após a cirurgia cardíaca em diversos estudos de coorte internacionais. Entretanto, evidências são incipientes sobre o impacto dessa condição na população brasileira.   

Objetivo: Avaliar a associação entre anemia pré-operatória e desfechos pós-operatórios adversos em pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRVM) no Brasil, utilizando dados do Registro Brasileiro de Cirurgias Cardiovasculares (BYPASS).

Métodos: Um estudo multicêntrico de coorte prospectivo envolveu 2.288 pacientes submetidos a CRVM isolada e dicotomizados pela presença ou ausência de anemia pré-operatória, definida como hemoglobina<12g/dL para mulheres e ​​<13g/dL em homens. Os desfechos pós-operatórios intra-hospitalares incluíram tempo de ventilação mecânica prolongada, síndrome de baixo débito cardíaco, taxa de sangramento e falência renal em até 7 dias após a cirurgia. Após a alta, foram analisadas a ocorrência de insuficiência renal aguda, fibrilação atrial, reinternação e mortalidade em 30 dias. 

Resultados: Pacientes com anemia pré-operatória apresentaram maiores taxas de ventilação mecânica prolongada (10,1% versus 4,3%, p<0,001), maior incidência de síndrome de baixo débito (5,0% versus 2,9%, p=0,016), falência renal (6,1% versus 2,9%, p<0,001) comparado àqueles sem anemia. No segmento de 30 dias, pacientes anêmicos desenvolveram maior incidência de insuficiência renal aguda (2,6% versus 0,9%, p=0,005),  fibrilação atrial (2,6% versus 1,1%, p=0,021) e reinternação hospitalar (8,7% versus 4,4%, p<0,001). Ainda, pacientes anêmicos expressaram cerca de 2 vezes mais risco de mortalidade em 30 dias comparado a indivíduos sem anemia (RR: 1,96 [IC 95%: 1,30 - 2,97]; p=0.002). 

Conclusão: A anemia pré-operatória foi associada a desfechos clínicos desfavoráveis com consequente impacto em reinternação hospitalar e mortalidade em 30 dias. Esses achados ressaltam a necessidade de estratégias perioperatórias direcionadas para o manejo de sangue do paciente (patient blood management [PBM]) visando a redução de resultados adversos nessa população.

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