INTRODUÇÃO: O monitoramento da frequência cardíaca (FC) durante exercícios em pacientes pós acidente vascular cerebral (AVC) é fundamental para a avaliação e controle de risco cardiovascular. Alterações excessivas na FC, especialmente durante o exercício e demora na recuperação pós-esforço, podem indicar disfunção autonômica, predispondo o paciente a complicações como arritmias e eventos cardiovasculares na dependência da intensidade de exercício aplicada. OBJETIVO: Analisar o comportamento da FC média durante exercício e na recuperação em pacientes pós o AVC submetidos ao um protocolo de exercício aeróbio multimodal. MÉTODOS: Estudo experimental. Foram estudados 12 pacientes,7 homens, com idade de 40 e 80 anos, após 6 meses do AVC. Foram submetidos a uma avaliação cardiológica e teste ergométrico clínico máximo ou sintoma limitado. Foram encaminhados para o treinamento progressivo composto por exercícios aeróbio e multimodal. A intensidade prescrita foi de acordo com a FC máxima. Nas primeiras 2 semanas a intensidade de treinamento foi leve (≤64%FCmax), 2 semanas de intensidade moderada (<64-76%FCmax) e a partir da 5ª semana até a 12ª moderada a vigorosa (70-84%FCmax). A duração da sessão teve progressão conforme as semanas de treinamento, totalizando 50 minutos. Realizado 3 dias por semana. As respostas da FC foram monitoradas pelo cardiofrequencimetro POLAR H10 repouso, durante o exercício e após 5 minutos do final da intervenção, no primeiro dia de treinamento e na última sessão do protocolo, após 12 semanas. Foi considerado p<0,05 como diferença significativa e valor de 95% de IC. Foram aplicados testes T de amostras pareadas. RESULTADOS: Os dados de FC 1°dia repouso em média (75±15bpm) e FC 36dia em média (76±15bpm) (p=0,815); a FC média durante o treinamento observamos uma diferença significativa, sendo no 1°dia em média (89±16 bpm) e no 36dia foi em média (99±18bpm) (p=0,002). Em relação a recuperação da FC em média (77±16;82±15bpm) (p=0,206) no primeiro dia e no 36 dia de treinamento, respectivamente. CONCLUSÃO: Os resultados mostram que, ao longo de 36 sessões, houve um aumento da FC repouso e FC recuperação e um aumento significativo na frequência cardíaca média dos voluntários durante o exercício. Os resultados se mostram promissores visando a adaptação cardiovascular e autonômica à progressão no programa de reabilitação. Aplicabilidade clínica: Esses achados reforçam a importância da reabilitação na melhora da resposta cardiovascular, podendo contribuir para uma maior recuperação e redução de riscos cardiovasculares em pacientes após-AVC.
