Introdução: A maioria dos pacientes com COVID-19 desenvolvem quadros leves de gripe, enquanto uma minoria faz a transição para o estágio mais grave da doença. Após a fase aguda frequentemente surgem sequelas como fadiga, fraqueza e dispneia, por isso o tratamento não farmacológico, por meio de programas de reabilitação cardiopulmonar (PRCP) tem sido indicado. Objetivos: Avaliar os efeitos do PRCP sobre a função pulmonar e a capacidade física de pacientes com sequelas pós-COVID-19. Métodos: Foram avaliados 16 pacientes (12 homens; 50,5±14,4 anos) que participaram de um PRCP supervisionado, devido a sequelas da infecção por COVID-19. Todos foram submetidos a avaliações antes e após o PRCP, pela mesma fisioterapeuta. A função pulmonar foi avaliada pelo pico de fluxo expiratório (PFE), pressões inspiratória (PImáx) e expiratória (PEmáx) máximas. A capacidade física foi avaliada pela distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos e com a força de preensão palmar. As sessões supervisionadas foram aplicadas seguindo as Diretrizes Brasileiras de Reabilitação Cardiovascular, com exercícios aeróbicos e de força, três vezes por semana e com duração de uma hora por sessão. Resultados: Foi documentado aumento significativo do PFE (390,5±150,0 para 558,1±140,3L/min), PImáx (89,4±37,5 para 123,1±40,2cmH2O), PEmáx (70,9±37,25 para 103,75±46,5cmH2O), da distância percorrida (320,2±97,6 para 568,2±75,9m), da força de preensão palmar dos membros direito (19,3±8,3 para 38,2±10,6kgf) e esquerdo (19,8±9,1para 33,3±9,9kgf), p<0,0001. Conclusões: O PRCP demonstrou ser terapêutica eficaz para o tratamento de pacientes com sequelas pós-infecção por COVID-19, proporcionando melhora significativa da função pulmonar e capacidade física.