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A repetição do teste de caminhada de seis minutos é necessária em pacientes hospitalizados por insuficiência cardíaca descompensada e infarto agudo do miocárdio?

Marcela Viceconte, Larisse Xavier Almeida , Isadora Salvador Rocco , Gabrielle Martiniano , Caroline Bublitz , Isis Begot , Rita Simone Lopes Moreira , Walter Jr Gomes , Solange Guizilini
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: O teste de caminhada de seis minutos (TC6) é uma ferramenta simples e eficaz para avaliar a capacidade funcional de pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e no infarto agudo do miocárdio (IAM), além de possuir reconhecido valor prognóstico. Estudos demonstram que a repetição do TC6M pode gerar um efeito de aprendizagem, aumentando a distância percorrida entre 7% e 15%. No ambiente hospitalar, onde recursos são limitados, é importante avaliar a necessidade de um segundo teste, evitando repetições desnecessárias e otimizando o cuidado. Objetivo: Avaliar a magnitude do efeito de aprendizagem no TC6 em pacientes hospitalizados por IC descompensada e/ou IAM, além de identificar possíveis variáveis preditoras da ausência de incremento na distância percorrida no segundo teste. Métodos: Estudo observacional prospectivo conduzido com pacientes hospitalizados com IC descompensada e/ou IAM, confirmados por ecocardiografia e biomarcadores cardíacos,respectivamente. O TC6 foi realizado e repetido consecutivamente com intervalo mínimo de 1 hora, garantindo que variáveis de resposta ao esforço retornassem ao basal. Foram analisadas as respostas cardiorrespiratórias e de esforço percebido antes, imediatamenteapós e durante a recuperação. Os dados foram analisados estatisticamente, considerando um valor de p < 0,05 como significativo. Resultados: Foram incluídos 205 pacientes hospitalizados por IC descompensada (n=77) e/ou IAM (n=128). Nos pacientes com IC, a distância percorrida aumentou em média 19,3 metros (IC 95%: 5,04–33,5; p<0,001), enquanto nos pacientes com IAM, o incremento médio foi de 32,8 metros (IC 95%: 22,9–42,6; p<0,001). Na IC descompensada, a pressão arterial sistólica (PAS) ao final do TC6 foi um preditor da ausência de incremento nosegundo teste (OR=2,268; p=0,022), assim como o esforço percebido para dispneia e desconforto nas pernas após 5 minutos de recuperação (OR=1,026 e OR=1,876, respectivamente). Já nos pacientes após IAM, nenhuma variável preditiva foi identificada para ausência de melhora na repetição do teste para pacientes após IAM. Conclusão: O efeito de aprendizagem foi significativo em ambas as populações, justificando a repetição do TC6 para uma avaliação mais precisa da capacidade funcional no ambiente hospitalar. Pacientes com IC que apresentam PAS elevada após o teste e sintomas persistentes de dispneia e desconforto nas pernas após 5 minutos de recuperação podem não ser elegíveis para repetição do teste. Em contrapartida, no IAM, a repetição se demonstrou necessária para avaliação fidedigna da capacidade funcional.

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