Introdução: O aumento da incidência da obesidade eleva o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Estudos indicam que as concentrações séricas elevadas de homocisteína (Hci) contribuem para este cenário. Investigar a possível relação entre Hci e composição corporal pode ampliar o conhecimento sobre os fatores de riscos metabólicos e identificar potenciais alvos terapêuticos voltados ao manejo clínico da obesidade. Objetivo: Relacionar o nível sérico de Hci com índices de composição corporal em homens e mulheres com sobrepeso ou obesidade grau I e II. Métodos: Foram avaliados 30 participantes (22 homens), com idade entre 18 e 40 anos e índice de massa gorda classificados entre sobrepeso e obesidade I e II, por meio da Absorciometria de Raios-X de Dupla Energia (DEXA). Todos receberam orientações nutricionais visando padronização da dieta, abstenção de vitaminas do complexo B e para comparecerem em jejum de comida e água 4h antes das avaliações de composição corporal e 10h antes da coleta de sangue. Posteriormente, foram submetidos às avaliações [DEXA, circunferência do pescoço (CP)], dobras cutâneas (DC) e exames de sangue. Foram utilizados os testes de Shapiro-Wilk, Levene, coeficiente de correlação de Spearman e a classificação de Munro (para avaliar a força das correlações); p<0,05. Resultados: Os participantes apresentaram níveis adequados de proteína C-reativa ultrassensível (2,65±2,24), colesterol total (169±27), triglicerídeos (108±48), lipoproteínas de baixa (103±26) e de alta densidade (45±9). Foi observado uma relação significativa, positiva e baixa entre a Hci e CP (r=0,460; p=0,011). Entre as demais variáveis não foram observadas relações significativas. Conclusões: A medida de CP se relacionou com a Hci, que é um importante marcador de riscos metabólicos e cardiovasculares, o que sugere que, quanto maior a CP, maior a Hci e maior esses riscos. Aplicabilidade clínica: O presente estudo corrobora com a complexidade da relação entre Hci e a composição corporal, destacando a necessidade de pesquisas futuras, como ensaios clínicos randomizados para melhor compreensão do perfil da Hci a longo prazo. Ainda, a avaliação da CP torna-se importante para indivíduos obesos metabolicamente saudáveis, e possivelmente em outros contextos clínicos. Seu baixo custo e simplicidade a tornam uma ferramenta acessível, capaz de auxiliar em avaliação e intervenção. Agradecimentos: CNPq, FAPESP e PIBIC-CNPq.