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Dissecção Espontânea da Artéria Coronária: Análise de Quinze Anos de uma Grande Coorte Brasileira do Registro SCALIBUR

Paula Santiago Teixeira, Jamil Cade, Valentina Palm, José E. Krieger, Alessandra Oliveira, Fernando Devito, Breno Almeida, Renato D. Lopes, Adriano Caixeta
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL, HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN - - SP - BRASIL

Introdução: nos últimos anos, houve um avanço significativo no entendimento da dissecção espontânea da artéria coronária (spontaneous coronary artery dissection, SCAD), principalmente com base em dados provenientes de registros dos Estados Unidos, Canadá e Europa. No entanto, os achados de outros países, incluindo os da América Latina, ainda são pouco conhecidos. Métodos: realizamos um estudo observacional multicêntrico, prospectivo, envolvendo pacientes com SCAD atendidos em 22 centros brasileiros. Foram coletadas informações sobre características demográficas basais, dados clínicos hospitalares, achados angiográficos, mortalidade hospitalar e incidência de novo infarto do miocárdio (IM). Resultados: foram incluídos 237 pacientes com SCAD entre 2010 e 2025. A média de idade foi 50,15 ± 10 anos (faixa de 26 a 84 anos), e 87% eram mulheres. Entre os pacientes, 36% apresentaram infarto agudo do miocárdio com supra desnivelamento do segmento ST, 45% sem supra desnivelamento do segmento ST e 9% angina instável. A maioria possuía nenhum ou poucos fatores de risco tradicionais para doença arterial coronariana (<30%). Os fatores estressores foram identificados em 60% dos casos, incluindo estresse emocional (50%), estresse físico (9%) e uso de substâncias vasoconstritoras (2%). Entre as condições predisponentes estavam displasia fibromuscular (7%, sem rastreamento sistemático), estado periparto (10%), transtornos psiquiátricos (2,7%) e doenças genéticas (1%, sem rastreamento sistemático).  A artéria descendente anterior foi a mais frequentemente acometida dos casos (57%), e aproximadamente um quinto dos pacientes apresentou doença em múltiplos vasos. A classificação angiográfica (Saw J. et al.) mais comum foi SCAD tipo II, seguida pelo tipo I. Choque cardiogênico ocorreu em 3% dos casos, sendo mais frequente no período associado à gravidez. O tratamento clínico foi adotado na maioria dos pacientes, enquanto apenas um quinto dos pacientes foram submetidos à angioplastia coronariana percutânea. A mortalidade hospitalar e outros eventos isquêmicos e desfechos combinados é mostrado na Tabela. Conclusão: nesta grande coorte brasileira, a SCAD afetou predominantemente mulheres jovens, sem ou com poucos fatores de risco tradicionais para doença arterial coronariana. Os achados demográficos, clínicos, fatores precipitantes e predisponentes, características angiográficas e taxas de mortalidade são semelhantes aos observados em outras populações de países desenvolvidos.  

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