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Ablação de fibrilação atrial com e sem monitorização de temperatura esofágica: ausência de uso aumenta complicações?

SERPA, L. T. G., VASSALO, F. S., SERPA, H. T. G., SERPA, A. L. T. G., CUNHA, C. L., SERPA, E. G., JUNIOR, A. G. S., LOVATTO, C. A. V., GASPARINI, D. S., AMARAL, D. H.
Hospital Santa Casa de Misericórdia de Vitória - Vitória - Espírito Santo - Brasil

Introdução: A ablação da fibrilação atrial (FA) é um tratamento seguro e eficaz alternativo à terapia clínica. Tem sofrido importantes avanços, e está cada vez mais difundido na prática médica. Apesar da segurança, complicações como a fístula atrioesofágica (FAE) podem ocorrer. O objetivo deste estudo foi analisar se a ausência de monitorização da temperatura esofágica durante a ablação leva a um aumento da taxa de complicações. Métodos: Análise retrospectiva de 252 pacientes submetidos à primeira ablação de FA com técnica de alta potência e curta duração. Foram divididos em dois grupos: monitorização de temperatura esofágica (MTE), com 152 integrantes, e não monitorização de temperatura esofágica (NTE), com 100. Em indivíduos que não estavam em ritmo sinusal, a cardioversão foi realizada antes da ablação. Comparação dos perfis de MTE e NTE, respectivamente: idade média 61,8±2,1 vs. 63,8±12,7 anos; 121 (79,6%) homens vs. 73 (73%); FA paroxística em 96 (63,2%) vs. 58 (58%); tempo médio de diagnóstico da FA 18,1±18,4 vs. 17,7±13,3 meses; CHA2DS2VASC médio 2,4±2,8 vs. 2,7±2 pontos; 96 (63,2%) vs. 65 (65%) hipertensos; 27 (21,6%) vs. 13 (13%) diabéticos; 5 (3,3%) vs. 11 (11%) com histórico de acidente vascular cerebral; 23 (15,1%) vs. 16 (16%) com insuficiência cardíaca; 58 (38,2%) vs. 45 (45%) com doença coronária/vascular; tamanho do átrio esquerdo (AE) 42,3±7,3 vs. 43,7±4,7mm; fração de ejeção 62,1±10 vs. 61,2±14,5%. Resultados: Foram analisadas as complicações 30 dias pós-ablação. Grupo MTE: 10 (6,6%) hematomas importantes; 4 (2,6%) episódios de febre (flebite) e 1 (0,7%) caso de pericardite. Não houve nenhum caso de FAE. Grupo NTE: 5 (5%) hematomas importantes, 3 (3%) pseudoaneurismas, sendo 2 casos de ablação com oclusão de apêndice de AE, 1 (1%) episódio de febre (flebite), 1 (1%) tamponamento cardíaco e 1 (1%) FAE. Nos grupos MTE e NTE: tempo de AE 62,8±9,5min e 58,8±7min (p= 0,04), tempo total de ablação 81,8±9,3min e 72,9±9,3min (p=0,01), tempo de radiofrequência 1.613,4±392,3s e 1.362,5±287,5s (p=0,001), tempo médio de raio-X 5,1±3,4min e 3,9±0,7min (p=0,02) e efeito de isolamento de primeira passagem de 122 (80,3%) e 87 (87%) (p=0,05), respectivamente. Elevação da temperatura luminal esofágica em 54 (35,5%) pacientes do grupo MTE. Recorrência da FA em 38,1±9,8 e 20,5±10,1 meses, em 21 (13,8%) e 11 (15,5%) pacientes nos grupos MTE e NTE (p=0,09), respectivamente. Conclusão: Houve um caso de FAE no grupo NTE. A ablação sem monitorização foi mais rápida, com tempo de radiofrequência e raio-X menores, e taxa de recorrência similar ao grupo MTE.

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