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Tontura e Síncope em Pacientes com Dispositivos Cardíacos: A Doença de Chagas tem Alguma Influência?

PEDRO HENRIQUE CORREIA FILGUEIRAS, RHANNIEL THEODORUS HELHYAS OLIVEIRA SHILVA GOMES VILLAR, THIAGO YUZO HAZUMA, CARLOS ARTHUR HANSEL DINIZ DA COSTA, GABRIELA MENICHELLI MEDEIROS COELHO, ENIA LUCIA COUTINHO, CLAUDIO CIRENZA, BARBARA DANIELA OLIVEIRA DA EIRA, ANGELO AMATO VINCENZO DE PAOLA
UNIFESP - Univers. Federal de São Paulo - São Paulo - SP - BRASIL

Introdução: A doença de Chagas é uma causa relevante de miocardiopatia na América Latina, associada a distúrbios da condução e arritmias, podendo exigir dispositivos cardíacos implantáveis. Há poucos estudos sobre sintomas autonômicos nesses pacientes, e a literatura é inconsistente sobre a maior incidência de tontura, síncope ou resposta positiva ao Tilt Test. Objetivo: Avaliar se pacientes chagásicos com dispositivos apresentam maior prevalência desses sintomas em relação a não chagásicos. Métodos: Entre 2010 e 2024, analisaram-se 90 pacientes com dispositivos cardíacos, 31 com sorologia positiva para Chagas. Compararam-se as frequências de tontura, síncope e Tilt Test positivo entre os grupos, além da estratificação por tipo de dispositivo. Testes qui-quadrado avaliaram a associação entre Chagas e sintomas, e regressão logística ajustou os resultados por idade, sexo, FEVE e comorbidades. Resultados: Pacientes chagásicos apresentaram tontura mais frequentemente que não chagásicos (p = 0,015), e a análise multivariada confirmou a associação independente (β=2,99; IC95% 1,02-8,79; p=0,045). Não houve diferença significativa entre os grupos para síncope (p = 0,777) ou resposta positiva ao Tilt Test (p = 0,058). O ajuste por idade, sexo e FEVE não alterou os achados. As médias de idade (p = 0,344) e FEVE (p = 0,533) foram semelhantes entre os grupos. Conclusão: Apesar da ausência de associação entre Chagas e síncope ou Tilt Test positivo, a maior frequência de tontura sugere impacto da disautonomia nesses pacientes, possivelmente refletindo alteração autonômica e perfusão cerebral, mesmo com um dispositivo cardíaco. Esses achados ressaltam a necessidade de uma abordagem multidimensional na avaliação clínica dos pacientes chagásicos e incentivam investigações sobre estratégias para mitigar a disautonomia. Estudos prospectivos podem esclarecer se intervenções específicas melhoram a qualidade de vida desses indivíduos.

 

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