Introdução: A mobilização precoce no pós-operatório de cirurgias cardíacas (CC) está diretamente relacionada à recuperação funcional e à redução do tempo de internação hospitalar. O atraso na progressão postural pode contribuir para maior morbidade, complicações respiratórias e aumento dos custos hospitalares. Dessa forma, compreender essa relação pode contribuir para a otimização dos cuidados perioperatórios e aprimorar estratégias de reabilitação. Objetivo: Avaliar o impacto do atraso na mobilização pós-operatória no tempo de internação de pacientes submetidos a CC em um hospital universitário, analisando o tempo até atingir a progressão postural e sua relação com a alta hospitalar. Métodos: Estudo retrospectivo, observacional e transversal, realizado por meio da análise de prontuários de pacientes submetidos a CC entre janeiro de 2022 e dezembro de 2023. Foram coletadas variáveis clínicas, demográficas e operatórias, além do tempo de internação pré e pós-operatório e do tempo necessário para atingir a sedestação, ortostatismo e deambulação. Resultados: Foram analisados 110 pacientes, com predomínio do sexo masculino (60%) e idade média de 60,08 ± 11,16 anos. As cirurgias mais frequentes foram revascularização do miocárdio (42,7%) e trocas valvares (40,9%), com tempo médio de circulação extracorpórea de 104,5 ± 47,11 minutos. A média de internação total foi de 37,62 ± 24,07 dias, sendo 18,55 ± 15,70 dias no pré-operatório e 8,09 ± 6,38 dias na Unidade Cardiointensiva. Houve correlação positiva entre o tempo até atingir a postura e o tempo total de internação, com valores de r = 0,372 (p = 0,0004) para sedestação, r = 0,403 (p = 0,0001) para ortostatismo e r = 0,431 (p < 0,0001) para deambulação, sugerindo que o atraso na progressão postural está associado a uma maior permanência hospitalar. Conclusão: A progressão postural no pós-operatório influenciou significativamente o tempo de internação hospitalar. Pacientes que atingiram mais tardiamente a sedestação, ortostatismo e deambulação tiveram permanência hospitalar prolongada, reforçando a necessidade de protocolos que incentivem a mobilização precoce como estratégia para reduzir o tempo de internação e melhorar os desfechos clínicos.
Palavras-chave: Cirurgia cardíaca; tempo de internação; mobilização precoce; fisioterapia; reabilitação pós-operatória.