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Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) em pacientes com epilepsia.

Otávio Íscaro Andrade, Tarcísio Íscaro Andrade, Rafaela Carnelós Bertin, Pedro Ithallo Ferreira Leite, Alejandro Barth Calux Hidalgo, Luiz Felipe Rocha , Bruno Fernandes Vieira, Luiz Claudio Machado Junior Romao dos Santos
USCS - Univ. Municipal de S. C. do Sul - São Caetano do Sul - SP - BRASIL

INTRODUÇÃO: A variabilidade da frequência cardíaca (VFC/HRV) tem sido amplamente estudada como um indicador da regulação autonômica do coração, refletindo o equilíbrio entre os sistemas simpático e parassimpático. Evidências sugerem que pacientes com epilepsia apresentam alterações na VFC, o que pode estar relacionado a um maior risco cardiovascular e às complicações associadas à disfunção autonômica. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática em três bases de dados, seguindo as diretrizes PRISMA. Dos 252 estudos identificados na busca inicial, 4 atenderam aos critérios de inclusão. Foram excluídos estudos que abordaram sinais de VFC em casos de epilepsia sem comparação com um grupo controle saudável e estudos publicados há mais de 20 anos. Os desfechos de VFC analisados foram: (1) LF Power(potência na baixa frequência), (2) HF Power(potência na alta frequência), (3) LF/HF ratio(razão LF/HF), (4) SDRR(desvio padrão dos intervalos RR), (5) RMSSD(raiz quadrada da média dos quadrados das diferenças entre intervalos RR sucessivos) e (6) PNN50(percentual de intervalos RR sucessivos com diferença superior a 50ms). RESULTADOS: Foram incluídos 323 participantes (208 homens), 163 do grupo com epilepsia (50,5%) e 160 do grupo controle (49,5%). Desses 163 participantes com epilepsia, 98 (60,1%) apresentavam epilepsia fármaco-resistente. A média de idade foi de 25,89 anos. Os valores médios dos parâmetros de VFC foram: LF Power (598,28±274,17ms² vs. 585,33±526,29ms², p=0,78), HF Power (395,72±708,43ms² vs. 330,87±376,80ms², p=0,30), LF/HF ratio (4,73±3,49 vs. 3,95±3,03, p=0,033), SDRR (96,75±36,99ms vs. 98,77±29,98 ms, p=0,590), RMSSD (37,17±18,18ms vs. 42,83±22,60ms, p=0,01) e PNN50 (12,62±10,65% vs. 15,94±11,77%, p=0,008). CONCLUSÃO: Pacientes com epilepsia apresentam alterações nos parâmetros de VFC, com destaque para um aumento da razão LF/HF e uma redução significativa nos índices RMSSD e PNN50, sugerindo um possível desequilíbrio autonômico. Os dados de HF Power apresentaram uma grande variabilidade, com um desvio padrão consideravelmente maior no grupo com epilepsia. Essa variabilidade pode refletir a heterogeneidade da condição epiléptica e os diferentes perfis de resposta autonômica entre os participantes. Essas alterações podem ter implicações clínicas relevantes, reforçando a importância do monitoramento cardíaco nesses pacientes para um manejo adequado e prevenção de complicações cardiovasculares.

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