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COMPARAÇÃO ENTRE TELECONSULTA E NÃO TELECONSULTA EM PACIENTES COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: ESTUDO PROSPECTIVO

Ingrid Bortolucci, Guilherme Veiga Guimarães, Silvia Moreira Ayub-Ferreira, Robinson Munhoz, Fátima das Dores da Cruz, Bruno Biselli, Paulo Roberto Chizzola, Edimar Alcides Bocchi
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome complexa e uma das principais causas de morbidade e mortalidade. A pandemia de COVID-19 aumentou a mortalidade em pacientes com comorbidades, e, nesse cenário, a teleconsulta ganhou destaque devido às necessidades de isolamento social. Este estudo prospectivo avaliou a segurança e o impacto da teleconsulta nas taxas de mortalidade de pacientes com IC atendidos em um hospital terciário de São Paulo durante a pandemia. A hipótese testada é de que a não teleconsulta é superior à teleconsulta. Metodologia: As teleconsultas ocorreram de 18 de março a 21 de julho de 2020, com pacientes do ambulatório de IC, divididos no grupo 1 (n=694), que recebeu teleconsulta, e no grupo 2 (n=836), que não recebeu. Os dados coletados foram idade, sexo, raça, etiologia da IC, classe funcional (CF) e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). Os pacientes foram acompanhados por 1018 dias para avaliar a sobrevida e a causa do óbito. A análise de sobrevida foi realizada pelo método Kaplan-Meier. Resultados: Foram analisados 1530 pacientes, sem diferenças significativas nas características basais. No grupo 1, a média de idade foi 57,3 ± 12,7, com predominância masculina (61,7%, n=428) e branca (78,1%, n=542). As principais etiologias foram: idiopática (31,7%, n=206), isquêmica (25,7%, n=167) e hipertensiva (17,5%, n=114). A CF predominante foi NYHA II (46,9%, n=310), e a média da FEVE foi 0,35 ± 0,12. No grupo 2, a média de idade foi 56,4 ± 12,4, também com a maioria masculina (65,6%, n=548) e branca (73,2%, n=611). As principais etiologias se repetiram, idiopática (31,5%, n=244), isquêmica (23,6%, n=183) e hipertensiva (18,8%, n=146). A CF majoritária foi a NYHA II (42,6%, n=351), e a FEVE teve a média de 0,34 ± 0,11. Os óbitos registrados ao final de 1018 dias corresponderam a 24,2% (n=167) no grupo 1 e 24,3% (n=201) no grupo 2. A principal causa de óbito em ambos foi infecção por coronavírus de localização não especificada, representando 14,4% no grupo 1 e 11,9% no grupo 2. As outras 2 principais causas subsequentes foram cardiovasculares, com 19,2% no grupo 1 e 16% no grupo 2. Conclusão: A sobrevida do grupo sem teleconsulta não foi superior ao grupo com teleconsulta.

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