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ANÁLISE DA TURBULÊNCIA DA FREQUENCIA CARDÍACA EM PACIENTES COM AMILOIDOSE CARDÍACA: Um Estudo de Casos e Controles

Rayanne Kalinne Neves Dantas, Ebenezaide Nascimento Perdigão, Acácio Fernandes Cardoso
INSTITUTO DO CORAÇÃO DO HCFMUSP - - SP - BRASIL

Introdução: A amiloidose cardíaca (AC) é uma cardiomiopatia infiltrativa frequentemente associada à disfunção autonômica e eventos cardiovasculares adversos. A turbulência da frequência cardíaca (TFC) é um preditor eletrocardiográfico de risco, e seu papel ainda não foi definido na avaliação dos pacientes com AC. Este trabalho tem como objetivo avaliar a TFC em um grupo de pacientes com AC acompanhados em serviço terciário de cardiologia.

Métodos: Estudo retrospectivo com 65 pacientes, divididos em 32 do grupo caso e 33 do grupo controle. Foram analisados parâmetros antropométricos, clínicos, da TFC e prevalência de arritmias ventriculares entre os grupos, além da presença de fibrose miocárdica na ressonância magnética no grupo com AC. Foram excluídos portadores de fibrilação/flutter/taquicardia atrial durante o Holter de 24 horas e portadores de dispositivo eletrônico implantável. Os dados foram analisados no Software BioEstat 5.4, e um valor de p <0,05 foi considerado significativo.

Resultados: Os grupos foram semelhantes em relação ao sexo, idade e comorbidades. Cerca de 70% dos pacientes com AC apresentaram alterações na TFC. A categoria 2 da TFC - caracterizada pela alteração nos dois parâmetros da turbulência (Turbulence Onset e Turbulence Slope) - e o registro de taquicardia ventricular não sustentada (TVNS) foram maiores no grupo da AC (p < 0,01). . O grupo controle apresentou mais TFC categoria 0 (p < 0.01). A fibrose miocárdica foi observada em 58,3% dos pacientes com AC. Na regressão logística simples, não foi possível comprovar uma associação entre a TCF categoria 2 e o registro de TVNS ou fibrose miocárdica. Os intervalos de frequência cardíaca mínima e média não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, contudo, a frequência cardíaca máxima < 110 batimentos/min foi maior no grupo caso (p < 0.01). 

Conclusão: Em pacientes com AC acompanhados em um serviço terciário de cardiologia, a TFC mostrou-se um marcador de disfunção autonômica e esteve alterada na maioria dos casos. No entanto, sua associação com outros preditores de risco cardiovascular não foi confirmada. Estudos prospectivos com maior amostragem são necessários para elucidar o papel da TFC na estratificação prognóstica dessa população.

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