Introdução: A persistência de dispneia e fadiga, com consequente intolerância ao exercício, têm sido os sintomas frequentes em pacientes com COVID Longa. O Teste Senta e Levanta de 30 segundos (30s-TSL) é usado para avaliar a capacidade funcional e a força de membros inferiores, sendo a resistência cardiorrespiratória um fator importante para sua execução. Para além das alterações respiratórias, pacientes com COVID Longa tendem a realizar menos repetições no 30s-TSL, revelando o impacto desta doença sobre a potência muscular dos membros inferiores, capacidade física e funcional desses pacientes. Objetivo: Identificar as associações entre a força muscular respiratória e a potência muscular em pacientes com COVID Longa. Métodos: Estudo longitudinal, incluiu 17 pacientes sintomas de COVID Longa em reabilitação cardiorrespiratória, com cognitivo preservado, 11 homens, idade média 52,8±12,8 anos e índice de massa corporal 29,0±4,1kg/m2. As avaliações foram realizadas em 3 visitas, nos tempos: 1)basal; 2) após 12 semanas de reabilitação composta de exercícios aeróbicos, neuromusculares, equilíbrio e coordenação; 3) 1 ano após o fim da reabilitação. Variáveis analisadas: ; pressão inspiratória máxima (PImáx); 30s-TSL para mensurar o desempenho funcional (número de repetições, esforço percebido e dispneia, sinais vitais) e a potência muscular dos membros inferiores foi avaliada pelo Mean Power, Relative Power e Allometric Power. As análises estatísticas foram realizadas com software SPSS versão 25.0 considerando significativo um p<0,05. Resultados: tempo 1) PImax associou positivamente com 30s-TSL repetições (r=0,603, p=0,010) e negativamente com Relative Power (r=-0,543, p=0,024); tempo 2) PImax associou positivamente com 30s-TSL repetições (r=0,584, p=0,014) e negativamente com Mean Power (r=-0,530, p=0,029), Allometric Power (r=-0,587, p=0,013) e Relative Power (r=-0,700, p=0,014); tempo 3) PImax associou positivamente com 30s-TSL repetições (r=0,626, p=0,007). Conclusão: A força muscular inspiratória influenciou positivamente o desempenho no 30s-TSL e portanto na capacidade funcional dos pacientes com COVID Longa ao longo de seguimento de 1 ano. A relação negativa entre a PImax e potência muscular dos membros inferiores durante a reabilitação pode estar relacionada ao ganho de peso dos pacientes neste período.