Introdução
A angioplastia é um procedimento essencial no tratamento de doenças cardiovasculares, particularmente em pacientes com síndrome coronariana aguda. A análise da demanda futura por internações hospitalares relacionadas a esse procedimento é crucial para o planejamento de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Este estudo teve como objetivo projetar o número de internações por angioplastia no SUS no sudeste do Brasil até 2030, utilizando modelos estatísticos de séries temporais para estimar tendências futuras.
Métodos
Os dados foram obtidos do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS, abrangendo o período de janeiro de 2008 a dezembro de 2024. A análise foi realizada utilizando a linguagem de programação Python. Foram aplicados dois modelos de previsão de séries temporais: o modelo Auto-Regressive Integrated Moving Average (ARIMA) e o modelo de Holt-Winters. A modelagem foi realizada com base nos dados da região Sudeste, e as projeções foram feitas para o período de janeiro de 2025 a dezembro de 2030.
Resultados
A projeção dos modelos indicou um crescimento no número de internações por angioplastia até 2030. O modelo ARIMA apresentou uma tendência de aumento linear, prevendo 5.874 internações em dezembro de 2030. Já o modelo de Holt-Winters capturou a sazonalidade do fenômeno, com oscilações periódicas ao longo dos anos e uma previsão de 5.846 internações no mesmo período. A Figura 1 apresenta as séries históricas e as previsões geradas pelos modelos, evidenciando a consistência das tendências estimadas. O ARIMA indicou um crescimento mais uniforme, enquanto o Holt-Winters destacou variações sazonais que podem estar associadas a fatores externos.
Figura 1 - Projeção de internações por angioplastia no Sudeste até 2030 utilizando os modelos ARIMA e Holt-Winters.
Fonte: Acervo do autor (2025)
Conclusão
Os resultados sugerem que a demanda por angioplastia no SUS continuará aumentando nos próximos anos, exigindo planejamento adequado para infraestrutura e alocação de recursos. A análise comparativa entre os modelos ARIMA e Holt-Winters demonstrou que ambos podem ser úteis para a projeção de internações, sendo o ARIMA mais adequado para tendências de longo prazo e o Holt-Winters eficaz na identificação de padrões sazonais. Essas informações podem subsidiar gestores de saúde na formulação de estratégias para otimizar a oferta do procedimento e garantir assistência adequada à população.