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Marcos Eletrocardiográficos de Idade: Acurácia para Rastreamento de Cardiopatias Congênitas

José Nunes de Alencar Neto, Isabela Rigolin Costa, Jade Arruda Motta Monteiro, Julia Teuber Furtado, Rafael Carvalho Sacre, Christine Brasil Guerra, Wagner Santos Knoblauch, Sandro Pinelli Felicioni, Matheus Kiszka Scheffer, Mariana Fuziy Nogueira De Marchi
INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA - - SP - BRASIL

Introdução e Fundamentos: 
A eletrocardiografia pediátrica é uma ferramenta relevante no rastreio e acompanhamento de cardiopatias congênitas. Durante a jornada até a vida adulta, o eixo elétrico de QRS se inicia à direita, posicionando-se ainda nas primeiras semanas nos dois quadrantes inferiores; a onda S nasce ampla em V6 e, posteriormente, diminui, um marco do padrão “infantil”; e, após os 3 anos de idade, a onda R, inicialmente ampla em V1, também sofre redução, um marco do padrão “adulto”. 

Métodos: 
Realizamos uma análise post-hoc do estudo caso-controle CHILDHEART envolvendo pacientes de 0 a 14 anos internados cem centro terciário em 2023 e controles (crianças e adolescentes submetidos a ECG em unidades de tele-ECG). Analisamos ECGs de 349 pacientes pediátricos internados em enfermarias congênitas– 152 com doença atrial esquerda (DAE), 213 com doença ventricular esquerda (DVE), 219 com doença atrial direita (DAD) e 246 com doença ventricular direita (DVD) – e comparamos com 1288 crianças saudáveis (grupo controle). O objetivo é verificar a acurácia destes ditos marcos eletrocardiográficos de idade como preditores de presença ou ausência de patologia. 

Resultados: 
Em crianças entre 1 mês e 3 anos, o normal é que a onda R > S em V6 e que o eixo elétrico de QRS esteja nos quadrantes inferiores. Não atingir estes marcos durante esta faixa etária apresentou sensibilidade de 52,10% (IC 95%: 44,56–59,54) e especificidade de 93,35% (IC 95%: 90,71–95,27) para a presença de doença congênita de qualquer câmara cardíaca. Isso resulta em uma razão de verossimilhança positiva (RV+) de 7,83 (IC 95%: 5,41–11,34) e uma RV- de 0,51 (IC 95%: 0,44–0,60).Em crianças com mais de 3 anos, o esperado é que, além dos achados da faixa “infantil”, a onda R em V1 se torne menor que a onda S. Não atingir estes marcos apresentou uma sensibilidade de 47,78% (IC 95%: 40,60–55,04) e uma especificidade de 89,54% (IC 95%: 87,25–91,47) para a presença de qualquer patologia congênita de câmara cardíaca. Isso resulta em umaRV+: 4,57 (IC 95%: 3,55–5,88) e RV-: 0,58 (IC 95%: 0,51–0,67). 

Conclusões: 
A análise rápida dos chamados “marcos de idade” em eletrocardiografia pediátricademonstra uma razão de verossimilhança negativa que, embora moderada, contribui para a redução da probabilidade de cardiopatias congênitas, corroborando a utilidade dessa abordagem como ferramenta auxiliar no rastreio pediátrico. 

 

 

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